A Última Palavra - 2017 (filme)

Um excelente filme sobre como encarar a vida e as pessoas com quem cruzamos. Vivemos numa sociedade em que as pessoas são rotuladas e em geral, por seus defeitos e não pelas qualidades. Por que não evidenciamos as características boas e reduzimos as menos gratificantes? Passamos a vida inteira falando mal de alguém e, quando esse alguém morre, no mesmo instante quase é santificado. Todos o elogiam e lembram de suas qualidades. Por que não podemos fazer isso enquanto ainda há tempo? Shirley MacLaine estrela esse filme ao lado de Amanda Seyfried e trazem bem claramente essa questão.

Harriet (MacLaine) é uma mulher de negócios aposentada e solitária. Após sua separação do marido Edward (Philip Baker Hall) e não ter contato com sua filha Elizabeth (Anne Heche) por quase duas décadas, ao folhear sessões de obituário nos jornais, ela resolve que precisa escrever o seu antes de morrer. Controladora ao extremo, essa seria sua última tarefa antes de morrer. Então vai atrás de Anne (Seyfried), jornalista de um jornal local que deve sua existência às grandes cotas de publicidade da agência fundada por Harriet. A jovem não consegue escapar da tarefa imposta pela senhora. Mas ao buscar a lista de contatos indicados por ela, só encontra pessoas que tiveram péssimas experiências com a complicada senhora. Em reuniões para discutir como fazer seu obituário, Harriet pede a moça que a ajude com as quatro parte importantes do obituário: um aposto (atividade/hobby que apresente o “morto”), uma pessoa que tenha sua vida transformada por ela, o amor e saudade dos familiares e o elogio sincero de um amigo. Árdua tarefa, pois a jornalista já havia entrevistado todos que de alguma forma conviveram com Harriet. Mas, por insistência da velha rabugenta, as duas seguem então juntas busando novas fontes para completar seu obituário.

Um filme lindo, com alguns diálogos que nos levam a uma profunda reflexão e outros que nos fazem dar boas gargalhadas. A química entre as duas atrizes e a menina Brenda (AnnJewel Lee Dixon) que se junta a elas nessa jornada é sensacional. Timing perfeito nas falas e troca de farpas e carinhos hipnotiza.

Só uma cena no filme achei um pouco destoante, quando as três mulheres estão na casa de Harriet, dançando e se divertindo. Ficou um pouco fora do contexto geral, ainda mais sendo um momento tão crucial no filme, mas tudo bem, perdoado pela cena seguinte em que Amanda Seyfried dá um show na cena final.

Recomendo e muito esse filme. Não passou nos cinemas e não sei se ainda vai estrear aqui no Brasil, mas você consegue achar na internet pelo título original “The last word”.

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