Vamp, o Musical - 2017 (teatro)

Estreou nesse fim de semana o musical VAMP, que deve ser um dos grandes destaques da temporada. Puxando o elenco temos Ney Latorraca e Claudia Ohana, como Vlad e Natasha, respectivamente – os mesmos personagens que interpretaram na novela de 1991/1992 da Rede Globo. O musical traz a história que foi enredo da novela homônima, ou seja, Natasha é uma cantora que vende sua alma para o vampiro Vlad em troca de fortuna e sucesso. Depois, arrependida, quer desfazer o pacto, mas para tal, ela precisa destruir o vampiro. E, com a ajuda da caça vampiros Penn Taylor (interpretada no teatro por Evelyn castro, que repete a personagem vivida por Vera Holtz na TV), ela descobre que há um medalhão na Baia dos Anjos, em posse de Jonas Rocha (Luciano Andrey). Então as duas correm para o vilarejo para seguir com seu plano. Mas Vlad fica sabendo dos planos por intermédio de seu assistente Gerald (Pedro Henrique Lopes) e vai atrás delas também.

O espetáculo é dividido em dois atos e traz muitas músicas conhecidas, como “Sympathy for the Devil”, música tema de Natasha, além de “Doce Vampiro”, “Eu nasci há 10.000 anos”, “Thriller” (um dos momentos mais engraçados da peça, com Ney Latorraca fazendo um passinho hilário), “Gita” e outras feitas especialmente para o espetáculo. A cenografia e iluminação comprovam que a peça é mesmo uma grande produção, sem contar que o elenco tem mais de 30 atores/dançarinos/cantores em cena, além da banda. Os cenários reproduzem a praia do vilarejo, o castelo de Vlad, a sala da casa da família Rocha, o quarto deles, um cemitério e alguns outros. A troca é rápida e muito bem organizada. O único ponto falho foi o controle dos microfones. Volta e meia um ator estava sem áudio, a ponto de Claudia Ohana fazer piada com isso num determinado momento. Acredito que as falhas serão sanadas ao longo da temporada, pois realmente deve ser complexo administrar a quantidade de microfones que o pessoal da mesa de som precisa. Os figurinos também são caprichados e muito são reproduções dos mesmos usados na novela original. Só me incomodei com o primeiro vestido usado por Natasha, pois ele tinha um espartilho um tanto largo para a esbelta atriz.

Aliás, Claudia Ohana está ótima, parece a mesma jovem de 25 anos atrás. Será que ela é mesmo uma vampira e não envelhece? Ela canta muito bem e brilha em todas as cenas, mas a voz que mais me agradou foi a de Erika Riba (que interpreta Carmen Maura, mulher de Jonas). A atriz Livia Dabarian está perfeita como Mary Matoso e lembra muito a atriz Patrícya Travassos que fez a mesma personagem 25 anos atrás. Mas preciso tirar o chapéu (que coisa mais Raul Gil, né?) para Ney Latorraca, que aos 72 anos é realmente uma grande estrela. Ele rouba todas as cenas, faz rir apenas com seu olhar e ainda tem um momento em que desce do palco e interage com a plateia num improviso engraçadíssimo.

Enfim, o musical está maravilhoso e tenho certeza de que vai continuar esgotando os ingressos por um bom tempo (sim, nesse fim de semana todas as sessões tiveram os ingressos esgotados com antecedência). Então, se você quiser conferir, corra para comprar seu ingresso com antecedência. A peça está em cartaz no recém inaugurado Teatro Riachuelo (onde ficava o antigo Cine Palácio, na Rua do Passeio, na Lapa).

Ah, sim, por fim: esse é um programa para todas as idades. As crianças também vão adorar a história e não há violência ou cenas pesadas. Então, todos podem assistir sem neuras.

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