Jackie - 2017 (filme)

Fui atraído ao cinema por dois motivos: conhecer um pouco a biografia de Jacqueline Kennedy e conferir a atuação de Natalie Portman que foi indicada ao Oscar por esse filme. Quanto ao primeiro motivo, saí um pouco decepcionado. Não tinha lido nada a respeito e nem visto o trailer. Acontece que o filme narra apenas UMA semana da vida de Jackie, a semana que começa com a morte de John Kennedy. Então continuo sem conhecer a trajetória da socialite mais badalada de todos os tempos. Quanto ao segundo motivo, Natalie está ótima, mas é tudo tão bem calculado nas suas expressões, gestos, falas, que ficou artificial. Não curti.

O filme intercala três momentos: a primeira entrevista de Jackie (Natalie Portman) com um jornalista (Billy Crudup) em sua casa, uma semana após o funeral de Kennedy; ela se confessando com um padre (John Hurt); e os dias que viveu logo após o assassinato de seu marido. Sua ligação com Bobby Kennedy (Peter Saasgard) e Nancy (Greta Gerwig), sua assistente na Casa Branca são exploradas em meio às decisões que a ex-primeira dama precisa tomar sobre o funeral do presidente dos Estados Unidos. Qual a imagem que Jackie quer deixar para a nação e para o mundo, no evento que seria o mais assistido na TV em todos os tempos aquele dia? Como seria o cortejo, onde seria o enterro, como explicar aos filhos pequenos... Decisões que ela tinha plena consciência entrariam para a História. Muita pressão, além, claro da dor da perda, da necessidade de manter a memória do marido, de sua vaidade, enfim... muito elementos que a torturaram naqueles dias. Jackie era uma mulher vaidosa e orgulhosa mais preocupada consigo do que qualquer outra coisa. Se era para falar de Jackie, que falassem do restante de sua vida também. Ali, entre uma decisão e outra, e pela entrevista que ela dá ao longo do filme, se vê mulher mais preocupada com sua imagem do que qualquer outra coisa.

O fato de ser o enterro do maior chefe de Estado naquele momento dá um ar de importância para o filme. Mas achei muito blá-blá-blá. Só mesmo os americanos para valorizarem de tal forma um momento tão bizarro de sua história...

Não recomendo. Ah, mas o filme é capaz de levar o Oscar por figurino, uma das outras duas estatuetas a que concorre.

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