A Chegada - 2016 (filme)

Um excelente filme, com um conteúdo que vai muito mais além do “alienígenas-querem-invadir-a-Terra”. Essa ficção científica, embora tenha a presença de seres alienígenas em suas naves sobre o nosso planeta azul, não é um filme de guerra entre homens e invasores. E, por isso mesmo, é muito mais interessante.

Louise Banks (Amy Adams) é uma renomada linguista que é recrutada por agentes do governo americano para os auxiliar na comunicação com seres extraterrestres que estão em 12 naves espalhadas pelo mundo. Ela é conduzida, junto com o físico Ian Donnelly (Jeremy Renner), pelo Coronel Weber (Forest Whitaker) para um dos pontos onde estão os alienígenas, em Montana, nos Estados Unidos. Eles precisam, nas pequenas oportunidades diárias em que as naves se abrem, entrar no espaço reservado e tentar criar uma linguagem de comunicação com os ET’s. Alternadamente, o filme traz cenas da vida de Louise com sua filha Hannah, que morrera ainda jovem por conta de uma doença rara e incurável.

Ao mesmo tempo que as memórias de Louise se misturam entre o acampamento militar e seu relacionamento com Hannah – interpretada por Carmela Nossa Guizo, Abigail Pniowsky, Jadyn Malone e Julia Scarlett Dan, de acordo com a idade em que aparece –, a comunicação com os seres extraterrestres parece evoluir através da comunicação escrita. O final do filme é um tanto transcendental com uma mensagem sobre a percepção de tempo e espaço alteradas. Desde os anos 80, com a séria “De Volta para o Futuro’, vejo no cinema obras que trabalham com a condição de se viajar no tempo, ou seja, de se quebrar a barreira dessa dimensão que nos prende em presente, passado e futuro. Interessante conceito que aparece também em diversas obras filosóficas, espíritas e também já estudadas pela física, com partículas que desaparecem de um ponto e reaparecem em outro, desafiando a dimensão do tempo/espaço. O tempo como o percebemos é uma dimensão que apenas existe aqui na Terra. Vivemos presos a esse conceito mas que é realmente possível que não haja presente, passado e futuro em outras dimensões.

Adoro esses filmes conceituais que nos fazem viajar na maionese e nos deixam reflexivos depois de sair da sessão. Por isso, recomendo a obra par quem for curioso como eu. 

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