Como eu era antes de você (filme)

Filme sensação do momento, como foi há um tempo atrás o “A Culpa é das estrelas”, todo mundo fala dele, muitos dizem que choraram baldes. Eu até derramei duas lágrimas, mas confesso que não fiquei triste nem abalado com o que vi. Claro que enquanto o filme vai passando eu também fui traçando um paralelo com minha vida e diversos momentos vividos, mas no final das contas, a obra ficou muito mais como uma grande metáfora do que como um processo similar ao que vivo ou vivi (se viverei não posso afirmar).

Will Traynor (Sam Claffin) é um jovem empresário prestes a se casar até que sofre um acidente que o deixa tetraplégico. Sua dor é tão grande que ele se isola do mundo, se afastando da noiva, amigos, trabalho e ele passa a residir com seus pais Camilla (Janet McTeer) e Stephen (Charles Dance). Por não ver sentido numa vida de privações e llimitações, ele decide fazer eutanásia (morte assistida). Porém, antes que chegue a data planejada, sua mãe luta para que ele se anime e encontre novas razões para viver. Assim, está a procura de acompanhantes para o filho. Pessoas que passem o dia com ele para motivá-lo e trazer-lhe esperanças.

Lou Clark (Emilia Clarke) é uma jovem que não pode fazer faculdade e desde cedo precisou trabalhar para ajudar no sustento da família. Depois de 6 anos dando expediente numa cafeteria, ela é demitida e fica perdida. Não possui outras habilidades que não sejam fazer um chá ou café e conversar bastante com seus clientes. Mas, precisa encontrar algum emprego para poder ajudar os pais. Seu namorado, Patrick (Matthew Lewis) é um triatleta que parece não dar muita atenção aos gostos pessoais da menina.

O destino então faz sua parte e na agência de empregos Lou é recomendada para o trabalho de acompanhante de Will. Dois temperamentos bem diferentes, ela sempre feliz, risonha, alegria de viver ( o que aparece até em sua forma de se vestir) enquanto ele é um homem sofrido, sisudo e que já desistiu da vida. No início, eles quase não conseguem interagir, tão grande a barreira que Will construiu a seu redor. Mas com o tempo, os dois vão se afinizando. Os dois compartilham a maior parte da cenas com o enfermeiro Nathan (Stephen Peacocke), que ajuda Will com sua medicação, banhos e fisioterapia.

A história é fofa demais. Para mim, uma grande metáfora que pode ser interpretada dentro da vida de cada um de nós. Quantos de nós já não passamos por momentos de nossa vida em que ela dá guinada de 180 graus? E por conta disso precisamos nos reinventar, nos redescobrir. Encontrar novas motivações e inspirações para viver? Não precisa ser um acidente que deixe sequelas físicas, mas mesmo desafios menores, que nos obrigam a olhar nossa vida de outra perspectiva. Se ainda não passamos por isso, fica o questionamento: reagiríamos como Will? Outra análise que fica é: e se encontramos alguém que perdeu a vontade de viver? Será que aceitaríamos sua desistência ou lutaríamos para ajudara  encontrar novo rumo? São muits questionamentos e por isso recomendo o filme. Cada um pode interpretar essa bela metáfora com exemplos de sua própria vivência.

Sobre o elenco, Sam Claffin (o Finnick de “Jogos Vorazes”) está muito bem em seu personagem. Também adorei Emilia Clarke (a mãe dos dragões em Game of Thrones), mas nas cenas mais tristes a atriz deixou a desejar. Se ela tivesse feito com um pouco mais de paixão, tenho certeza que eu desmoronaria de chorar na cadeira do cinema. Achei interessante a escolha de Charles Dance para o filme. Assim como Emilie, ele também é do seriado Game of Thrones (Tywin Lannister) embora os dois nunca tenham contracenado na série.

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