Relatos Selvagens (filme)

Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015 e também à Palma de Ouro em Cannes (2014), esse filme argentino dirigido por Damián Szifrón era um dos favoritos para a estatueta mas acabou não levando, embora tenha recebido mais de 42 prêmios internacionais e outras 46 indicações. O filme conta com seis histórias diferentes, mas todas com situações extremas, bem ao estilo “Um dia de fúria”, inesquecível filme com Michael Douglas.

As histórias tem em comum o tema de vingança e justiça com as próprias mãos. O primeiro caso é de um homem com muitos desafetos ao longo da vida que quer dar um fim a todos eles. A segunda fala de uma mulher que reencontra um homem que foi culpado da morte de seu pai. A terceira é de um homem que tem seu carro rebocado numa via onde não havia sinalização e quer ser ressarcido pela Secretaria de Trânsito. Outra história fala de um homem na estrada que tenta ultrapassar um carro velho que não lhe dá passagem. O penúltimo caso é de um jovem que na volta da noitada acaba atropelando uma mulher grávida e a mata, fugindo da cena do crime e pedindo ajuda aos pais e seu advogado para acobertar o crime. A última história é de um casal na sua cerimônia de casamento em que a noiva descobre ser traída pelo noivo.

São situações estressantes, que nenhum de nós está livre de passar, mas que quando enfrentamos, mantemos o controle para não piorar ainda mais. Essa é a diferença. Pois no filme ninguém mantem o controle. O desfecho de cada um dos relatos é realmente selvagem, o que justifica o nome do filme. A banalização da violência também nos remete ao Pulp Fiction, embora naquele filme ela muitas vezes nem fosse justificada. Aqui pelo menos, vemos claramente as motivações de cada uma delas.

Um filme divertido, bem surreal, não recomendado para quem não curte violência, mas um pouco terapêutico para quem quer extravasar depois de um dia onde tudo deu errado.

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