Dalva canta Dalva de Oliveira (show)

Dalva Lúcia Oliveira Climent, filha do ator argentino Tito Climent e da saudosa e consagradíssima cantora Dalva de Oliveira, resgata e traz à tona clássicos dos anos 40, 50 e 60, imortalizados na voz de sua mãe. Segundo ela mesmo disse no início do show, ela costuma se apresentar em bailes da terceira idade, público que adora os tangos e boleros típicos da época. No pocket show de ontem, na FNAC do Barra Shopping, além dos clássicos “Que Será”, “Sabor a mi”, “Ave Maria”, “Tudo Acabado”, “Kalu”, “Meu Rio”, “Olhos Verdes”, “Sonho de Pobre”, “Oh! Imenso Amor”, “Há um Deus” ela também cantou “Garota de Ipanema” e “Bandeira Branca”, uma das marchinhas que Dalva cantava no final de sua carreira.

O show foi bem intimista e Dalva é bem simpática. Quando chegou, cumprimentou cada um dos presentes na plateia antes de sentar-se numa cadeira no palco onde foi brevemente entrevistada por Aleksander Nunes. Ela se apresentou com um violonista e um percussionista que alternava entre o cajon e um pandeiro. Nascida em 1954, Dalva Climent já tem dificuldades em alguns agudos, mas fez a pequena audiência cantar com ela os clássicos boleros. No final de sua apresentação, uma amiga sua, Luciana (não sei seu sobrenome), subiu ao palco e cantou lindamente “Caminhemos”. Em seguida, Aleksander (que até há algum tempo lutava na justiça para ser reconhecido como filho de Emílio Santiago), dividiu os microfones com ela e cantou “Logo Agora”. Os vídeos da performance estão aqui.

Como eu já disse antes, é triste ver artistas se apresentando para plateias tão reduzidas (ontem, não havia mais do que 15 pessoas na FNAC para conferir o show). Não sei se é falta de interesse, de divulgação ou qualquer outra coisa, mas pelo menos existe espaço para que se apresentem. Juro que fico com pena dos artistas, mas ao mesmo tempo penso: ao menos conseguem espaço para se apresentar. Minha dúvida é: quanto ganham por um show desses (se é que ganham alguma coisa). Viver de música é realmente uma dificuldade nesse país.