Poltergeist 2015 (filme)

Reedição de um dos maiores ícones do terror de todos os tempos, esse novo filme é muito menos assustador que o original. Na época, eu tinha menos de 10 anos e fiquei dias sem conseguir dormir por causa da sombra de uma árvore na minha janela e vendo luzes por debaixo da porta do quarto. E até hoje lembro de Carol Ann (a menina loira que falava com os espíritos pela TV).

O enredo sofreu mudanças, mas em suma a história ainda é a mesma: o casal Eric (Sam Rockwell) e Amy (Rosemarie DeWitt) e seus três filhos, Kendra (Saxon Sharbino), Griffin (Kyle Catlett) e Madison (Keneddi Clements) se mudam para uma casa no subúrbio onde os filhos mais novos presenciam alguns eventos sobrenaturais. Em determinado momento, durante uma tempestade, quando as crianças estão sozinhas em casa, os espíritos apresentam toda sua força e maldade e acabam sequestrando a caçula, Madison. Amy só consegue falar com a filha através da TV e paranormais são chamados para ajuda-los.

Se você quer manter em sua mente o medo que sentiu com o original, não vá ao cinema ver essa refilmagem. Será perda de tempo. Mas se você adora filmes de terror, vai lá conferir. Abaixo, comparo um pouco o novo com o filme original (NÃO LEIA SE NÃO QUISER VER SPOILERS).

Embora o filme seja “legalzinho”, algumas diferenças com relação ao original:

1) A lourice da menina caçula e seu nome Carol Ann ecoando era muito mais forte do que Maddy/Madison e uma menininha morena.
2) A cena final da família num motel em que o pai tira a TV e joga no corredor foi substituída por outra, em que a família vai visitar uma casa nova e a corretora fala de uma árvore centenária ao seu lado. Nos dois casos a referencia divertida sobre um dos elementos responsáveis pelo terror é divertida, mas preferi mais o original.
3) No original, quem ia atrás da filha no submundo segurando-se na corda era a mãe. Dessa vez, foi o irmão. Ponto para a nova versão.
4) Em ambos, os espíritos que sequestram a menina estavam tentando ir para “a luz” mas, antes, eram impedidos por um demônio e usam a menina para distraí-lo. Dessa vez, eles não vão porque precisam que a criança os guie (ficou mal explicado isso, prefiro a versão original). Além disso, no original a menina não fica com medo, pois ela via o demônio apenas como uma criança. Apenas os pais sabiam o que estava acontecendo.
5) No original, quando mãe e filha voltam, os espíritos conseguem seguir a “luz”, porém o tormento continua pois o demônio ainda está na casa. Nessa refilmagem, são os próprios espíritos que continuam atormentando a família. Prefiro a primeira, muito mais coerente.
6) Antes, as crianças não ficavam na casa com os pais e os paranormais. Apenas o pai e a mãe participavam do resgate de Carol Ann. Levando-se em conta que ela não via o demônio, os traumas futuros para todos eram bem menores. Nessa refilmagem, além dos irmãos assistirem a todo o terror, o menino Griffin ainda encara o submundo. Prefiro o original, mantendo as crianças sem grandes traumas.
7) Em 1982, a menina e mãe são libertadas numa noite e a luta contra o demônio acontece em outra. Nesse segundo, acontece tudo numa única madrugada.
8) No original, a casa acabava sendo sugada para o submundo. Nesse, não.
9) A direção de Steven Spielber e os efeitos visuais dele foram muito mais impactantes.
10) Não podemos esquecer que a atriz que fazia a irmã mais velha morreu no mesmo ano que o filme estreou (estrangulada pelo namorado) e a menina que fez a Carol Ann, morreu seis anos depois, de uma doença rara.

Enfim, o primeiro foi muito mais assustador mesmo!

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