Tim Maia (filme)

Uma excelente história que vai muito além de mostrar o repertório do cantor, como foi feito no musical que esteve em cartaz por alguns anos. Biografia de Tim Maia (interpretado magnificamente por Babu Santana), nascido no Rio de Janeiro, morador da Tijuca na sua infância e conhecido como Tião marmita, o filme mostra sua iniciação no meio musical, com sua primeira banda formada por ele e seus amigos Roberto Carlos (George Sauma) e Erasmo Carlos (Tito Naville) - “Os Sputniks” - e lançados por Carlos Imperial (Luis Lobianco) na TV. Com a saída de Roberto, a banda acaba e Tim acaba viajando para os Estados Unidos, onde teve contato com a black music e de onde trouxe a bagagem musical que o conduziria ao sucesso.

Saí do cinema com um misto de raiva e pena de Tim. Seu envolvimento com drogas atrapalhou e muito sua carreira, sem falar no seu temperamento esquentado, que afastava amigos e fechava portas. Mas por outro lado, ele não desistia nunca e com sua garra conseguiu ser um dos maiores nomes da musica popular brasileira.

Mas confesso que não entendi porque Cassiano, seu parceiro em alguns de seus maiores sucessos, não aparece no filme. Também achei ruim o fato de não colocarem as datas em algumas das passagens. Quem está indo ao cinema e é muito jovem, ou até mesmo mais velho mas conhece pouco, como eu, se perde em alguns momentos, sem saber direito o momento em que os fatos acontecem.

A atuação de George Sauma deixa muito a desejar. Ele ficou na caricatura de Roberto Carlos e não conseguiu convencer quem era seu personagem. Escolha errada de ator, ao contrário do protagonista, que parecia o próprio Tim. Laila Zaid e Alinne Morais – Suzi e Janaína – estão bem em seus personagens, assim como Cauã Reymond como Fábio (musico/cantor de quem eu nunca ouvira falar antes e que fiquei até na dúvida se seria fictício). Aliás, Cauã também narra a história – outra escolha errada, pois nem sempre se entende o que ele está dizendo.

Quanto à qualidade de imagem e som, o filme é fraco, com cenas muito escuras, áudio de baixa qualidade, um retrocesso depois de tantos filmes nacionais com excelente qualidade. Bom, talvez o problema seja da sala aonde assisti, sala 14 do UCI do NYCC, cinema que não é lá grandes coisas mesmo.

Vale a pena conferir pela história, que nos faz amar e odiar esse grande cantor que morreu durante um show no Theatro Municipal de Niterói, aos 55 anos.

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