Jim (Teatro)

Eriberto Leão é João Mota, homem atormentado que mais do que ser fã do ícone a quem não conheceu, vive atormentado pelos dilemas e referências de seu ídolo e se considera a reencarnação de Jim Morrison. Em seu transe, conversa com o próprio Jim no cemitério de Père Lachaise com uma  arma em punho e num jogo de roleta russa, em que pode acabar com sua vida ou com a influência do cantor sobre sua vida. Numa interpretação e caracterização muito bons, Eriberto nos transporta para o final dos anos 60 e inicio de 70, quando o vocalista morreu num quarto de hotel em Paris. Traz a tona os questionamentos, a angústia e a força do cantor.

O inicio da peça é arrebatador, com o ator saindo do túmulo e cantando de forma alucinada “Light My Fire”. Após sermos atordoados com essa performance, todo o texto que desenrola só nos levam ainda mais para dentro desse universo denso e sombrio de João mota, ou Mojo, seu alterego, que o conecta a Jim.

Um texto denso, intercalado com músicas que foram sucesso do The Doors (como “People Are Strange”, “The End” e “ Riders on the Storm”) cantadas pelo protagonista que encarna os trejeitos de Jim Morrison perfeitamente.  Além de Eriberto, apenas mais uma atriz em cena, Renata Guida, também totalmente entregue a sua personagem. A iluminação requintada de Maneco Quindere transforma o palco em diversos cenários. Uma maravilha.

Vale a pena conferir. Em cartaz no Teatro Leblon, Sala Tônia Carrero.

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