Atento Aos Sinais - Ney Matogrosso (show)

Aos 72 anos, Ney Matogrosso está com nova turnê viajando pelo Brasil. Nesse fim de semana, ele se apresentou no Vivo Rio, aqui na cidade maravilhosa. Pela primeira vez em sua carreira, ele tem uma marca patrocinando seu show, a Natura. Antes disso, ele sempre bancou de seu próprio bolso todo o investimento de suas produções. Ney é um artista completo. Canta, dança, atua e, claro, é um dos responsáveis pela produção e direção de seu show. Bem diferente de sua última turnê (Beijo bandido), dessa vez ele vem da forma que todos conhecem, rebolando bastante, com figurinos extravagantes (assinados por Ocimar Versolato) e com uma pegada bem pop, passando pelo rock, um pouco de ritmo latino e até samba. O repertório é composto por músicas de grandes compositores, como Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Lobão, Lenine, Chico Buarque, Maria Gadú, e outros menos conhecidos, mas que estão em voga atualmente, como Criolo e Dan Nakagawa.

Ele começa o show sentado num trono espelhado, vestido de negro, com muitos acessórios e uma bota que vai até a coxa. Esse bloco inicial traz músicas de pegada bem rock e “Vida Louca Vida” é o grande destaque. Depois, troca de roupa no próprio palco, para delírio da mulherada na platéia que grita alucinadamente “lindo”, “gostoso e “tira tudo”. Muda então para uma roupa mais clara, em tons de branco e cinza. Interpreta as canções com uma vivacidade e trocando olhares e sorrisos com pessoas na platéia de forma que o publico passa a ser peça chave na apresentação.
O jogo de luzes, com sombras nos momentos mais densos e um telão tripartido ao fundo que complementa as canções – como em “Two Naira Fifth Kobo”, em que ele senta no chão de costas para o público para ver as cenas de índias com seus bebês – compõem um cenário bem moderno, mostrando que o artista está bem antenado com o que há de mais atual nas produções nacionais e estrangeiras. Ao final do show ele retorna duas vezes para o bis e encerra a noite com “Poema”, sendo ovacionado por muitos minutos pela platéia.

Além das músicas que já citei anteriormente, também filmei “A Ilusão da Casa” e “Amor

Em resumo, um excelente show, de um artista em plena forma física em plenos 72 anos, que senta e deita no chão, canta, dança, troca de roupa, brinca com a platéia e, acima de tudo, se diverte no palco, com muito carisma. Um DIVO, se é que existe essa expressão no universo masculino!

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