E a vida continua... (filme)

Mais uma produção baseada na obra de Chico Xavier, esse romance espírita segue o caminho de outros como “Nosso Lar” e “As Mães de Chico Xavier”. Porém, dessa vez, sem tanto capricho e com um orçamento bem reduzido. E isso afeta diretamente a qualidade do filme. Apesar do ótimo argumento, a produção e direção pecaram muito. A captação  e edição de áudio são tão sofríveis que parece que os atores estão dublando a si próprios. A direção de arte e cenografia pecam (provavelmente pelo limitado orçamento) e a direção do elenco também não consegue extrair o melhor dos atores. As únicas atuações decentes são dos já experientes Ana Rosa, Lima Duarte e Luiz Baccelli. A protagonista (Amanda Acosta) tem altos e baixos, mas ainda consegue se safar. Já Luiz Carlos Félix (que interpreta Caio, marido da protagonista) é muito fraco mesmo. Infelizmente, com todos esses elementos, o filme deixa muito a dever.

Vamos à trama? Evelina Serpa (Amanda Acosta) está doente e precisa fazer uma cirurgia. Seu marido, Caio, já sabe que ela não sobreviverá à cirurgia e espera por esse momento para poder se casar com sua amante. Antes de se internar para a operação, Evelina conhece Ernesto (Luiz Baccelli) que está na mesma situação, prestes a encarar a mesma cirurgia. Ambos desencarnam na mesa de operação e encontram-se no outro plano, onde vão descobrindo que seus espíritos já estavam entrelaçados. E, juntos, resolvem visitar a Terra e ver como andam suas famílias. As famílias têm muito mais em comum do que eles poderiam imaginar, pois a filha de Ernesto era a amante de Caio e o pai de Eveline fora morto por um amigo de Ernesto, sendo que este sofreu a vida toda com a culpa pelo crime que achara que havia cometido.

Interessante a temática espírita estar conquistando espaço nos cinemas, pois assim a Doutrina consegue disseminar seus conceitos para um público maior que a vasta literatura alcança e também abre caminho para que as pessoas procurem conhecer melhor o Espiritismo. Infelizmente, a falta de patrocínio para esse tipo de trabalho é ainda um grande entrave e a produção acaba sendo afetada. Então, considerando-se todas as dificuldades para se projetar filmes desse tipo, a equipe dessa obra está de parabéns por ter conseguido alcançar seu objetivo e concluir o filme e distribuí-lo para o grande circuito.

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