Cisne Negro (filme)

Eu diria que "Black Swan" (título original) é uma grande barbada para o Oscar 2011 de melhor atriz. Natalie Portman merece a estatueta por sua interpretação visceral de Nina, uma bailarina que após anos trabalhar numa companhia de dança acaba conquistando o papel de Rainha Cisne no ballet “O Lago dos Cisnes”. Soube que a preparação dela para a personagem consumiu dois anos para aprender os trejeitos e movimentos de uma bailarina. Mas, mais do que isso (pois o uso de dublês e enquadramento de câmeras ajudam), o mais importante é sua força para fazer essa personagem doente e que mistura realidade com delírio e que consegue impor duas personalidades tão distintas a uma mesma personagem. Perfeita. Sem falar em todo o sofrimento que ela passa para conseguir dar vida ao cisne negro do ballet e a forma com que ela realmente chega lá são um primor de técnica, efeitos especiais, interpretação, enfim, tudo.

Natalie não é o único destaque desse filme. A atuação de Mila Kunis (Lily) também é magnífica. A bela, conhecida pelo seriado “That 70’s Show” e pelo filme “O Livro de Eli” tem muita verdade no seu olhar e faz o contraponto perfeito com a protagonista. Ainda no elenco temos Vincent Cassel como “Thomas”, o coreógrafo do grupo e, para minha surpresa, pois não a reconheci no filme, apenas nos créditos, Winona Ryder como “Beth McIntyre”, a bailarina mais velha da companhia que é substituída por Nina.

O enredo é muito bem amarrado, embora fique um pouco confuso em alguns momentos, quando não sabemos identificar o que é real e o que é imaginação da protagonista.

Vale muito a pena conferir. E aproveito para dizer que a mensagem que ficou na minha cabeça é uma frase dita pelo coreógrafo à Nina, minutos antes dela subir ao palco: “Nosso maior inimigo somos nós mesmo! Supere-se!”