Vamos votar?

Mais uma vez, as eleições se aproximam. E nesse ano vamos escolher o futuro presidente da república, dois senadores, um deputado federal e um deputado estadual. Não sou candidato a nada (exceto, quem sabe, a uma vaga na casa do BBB, rsrs) e nem sou cabo eleitoral de ninguém, mas queria compartilhar algumas idéias com você. Você já escolheu seus candidatos? E como você faz a escolha?  Você é daqueles que quando alguém te diz que tem um candidato e pede seu voto você dispara a piadinha “E o que ele vai me dar em troca?”. Pare e pense! Essa piadinha não tem a menor graça. E pior, nós que somos a elite (classe média e classe média alta) somos formadores de opinião sim. A grande massa que não teve o mesmo acesso à educação que tivemos acaba se espelhando nos nossos atos e reações. Então o que pra gente é uma piada, para eles acaba virando fato, realidade. “Uma andorinha só não faz verão”, mas se cada um fizer sua parte, com certeza teremos uma grande revoada. Só peço isso: faça a sua parte. Na pior das hipóteses, ao menos sua mente estará tranquila.  

Então, está na hora de escolher seus candidatos. Não falo aqui do candidato a presidente apenas, mas pergunto sobre seu candidato para a assembléia legislativa estadual e câmara e senado federais. Se você pensa “Ah, tanto faz!” te afirmo que não é bem assim. Repetindo o velho jargão, “numa democracia, a maior arma é o voto”. E é mesmo! Nós é que não sabemos utilizá-la. Os deputados e senadores são os políticos mais importantes para a elaboração e votação de leis que regem nosso dia-a-dia e são aqueles que mais podem fazer a diferença, melhorando a nossa vida. Temos exemplos de várias regiões, tanto no Brasil como no exterior, (como Minas Gerais, para citar apenas uma) que têm uma administração excelente. Por que não tentar mudar aqui? 

É importante entender que melhorar a nossa vida não é uma coisa que percebemos de forma direta. Por exemplo, a melhoria do transporte público facilita também a vida de quem anda de carro ou taxi, pois reduz o trânsito de forma geral. Uma melhora na educação de base e segurança nas favelas afeta a vida de todos, pois quando se melhora a vida dos menos abastados, se reduz as diferenças sociais e também os conflitos que essa diferença causa. 

Você sabia que para um projeto criado por um deputado ir a plenário, ou seja, ir para votação na câmara é necessário que seja aprovado antes por uma comissão com assinatura de no mínimo 10% da assembleia? E muitos projetos não vão a plenário porque não se consegue esse mínimo de assinaturas. Uma vez em votação no plenário, o projeto é divulgado pela imprensa e podemos acompanhar mais fácil e claramente o seu andamento. Mas projetos que são importantes e críticos não conseguem nem mesmo chegar nesse estágio. Por quê? Porque muitas vezes contraria a vontade e objetivos dos representantes que nós elegemos.  

Acho importante que os candidatos apresentem suas propostas, projetos e etc. Mas mais do que apresentar novos projetos, precisamos de representantes que analisem as pilhas de projetos que já foram elaborados em gestões anteriores e os façam evoluir. Há uma lista imensa de projetos e idéias para melhorar, por exemplo, a circulação viária (mas o lobby das empresas de transporte público consegue deixá-los às moscas). O mesmo se aplica para projetos na área de segurança (aí temos os milicianos e seus protegidos), saúde, educação e tudo o mais. Precisamos que as engrenagens andem e não que novos projetos sejam criados e engavetados.

Vamos ser conscientes na hora de votar. Não defendo as ideologias de direita, esquerda, centro, liberais, conservadores, pois hoje em dia não é nem essa a discussão. O ponto principal é o caráter, honestidade e integridade dos candidatos. Se você nunca se interessou por política e acha isso muito chato, faça uma forcinha apenas nesse ano. Tente se informar na sua região, na sua cidade, quem são as pessoas que realmente fazem a diferença. E não se engane com aqueles que trazem benefícios imediatos como uma reforma de pracinha, melhoras numa escola. Tente descobrir quem é que realmente se dedica e se preocupa com a população. É difícil? Pode ser... Mas se você não tomar esse desafio de encontrar um bom candidato, ficaremos mais 4 anos apenas nos lamentando. Dedicar dois ou três dias nessa busca não é uma perda de tempo. Quando você vai escolher a escola para seus filhos, você não dedica um tempo para ver qual oferece a melhor estrutura? Então porque não dedicar esse mesmo tempo para escolher quem realmente pode fazer a diferença para a nossa vida?
 
Vamos trazer a discussão da política para os encontros com amigos. O debate é sempre enriquecedor. Se durante a Copa do Mundo todos discutiam as conquistas e perdas de nossos atletas, se todos acompanhavam os jogos, porque não dedicar o mesmo tempo por essa causa? A nossa mentalidade de que “não adianta” é que não adianta.  

Espero ter alimentado uma fagulha na mente de cada um que leu esse texto. E peço que repasse,  divulgue, publique, compartilhe também com seus amigos. Vamos fazer a diferença? Se nunca tentarmos, nunca saberemos se poderia ser diferente.

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