Brejo Fundo - Capitulo 13

Duh Marinho passara a noite acordado. Esperava pela anã Mikaloski para falarem sobre o papo que teve com Fred na véspera. Quando finalmente a anã chega, ele começa o bombardeio:
- Onde você estava? Estou te esperando desde ontem. Que cara de é essa, menina? Você está péssima!
- Eu tive uma noite horrível.
- Pior que a minha não foi não!
- Mas o que houve? O que o PV queria falar com você ontem?
- Ele veio me dizer que o circo precisa sair da cidade. Não somos mais bem quistos aqui. E a delegada disse que vai nos prender caso não saiamos logo da cidade.
- Mas o que eles alegaram?

- Eles apresentaram essas fotos aqui, de animais presos em jaulas. Eles disseram que foi a Perereca quem tirou as fotos. E hoje em dia é proibido manter animais em circo. Se não sairmos, eles vão mandar prender o Leo.
- Era só o que me faltava. E o Leo já sabe?
- Não. Ainda não tive coragem de falar com ele.
- E por que o PV não falou com ele e veio falar com você?
- Ah, você sabe que o Leo não iria conversar com ele. Seria uma confusão danada. O Leo é muito egocêntrico. Acha que só ele tem razão e blá-blá-blá...
- Isso é...
- Mas o pior não é isso! O pior é que PV disse com todas as letras que VOCÊ deve ir embora o quanto antes. Antes mesmo do restante do circo. O que você fez, menina?
- Eu não fiz nada! Estou aqui tão atônita quanto você.
- Não minta! E essa noite, onde você estava?
- Eu fui à Igreja. Lembra-se que Silvia e Gláucio haviam prometido me ajudar a entrar na Igreja para ver a Santa?
- Sim, lembro.
- Então, ontem eles conseguiram deixar uma janela aberta. Estava tudo certo. Eu estava no bar com eles e quando o Sr. Hiro resolveu ir embora, também me despedi e fui para a Igreja, mas no caminho ouvi gritos do Hiro e corri para ajudá-lo. Eu o vi, no chão, com uma mulher se afastando dele.
- A mulher de branco?
- Ela mesma. Mas como vi que tinha muita gente vindo para socorrê-lo fui atrás dela.
- E você conseguiu alcançá-la?
- Eh..... bem.... não! – mentiu a anã.
- Mas e daí? O que aconteceu depois?
- Resolvi voltar para a Igreja. Quando cheguei lá a santa tinha sumido.
- Hein?! A santa sumiu.
- Sim, sumiu. Entrei em desespero e comecei a rezar. Não sabia quem poderia ter feito aquilo. Mas depois saí de lá e fui caminhar pela cidade. Estou até agora nervosa, não sei o que fazer...
- Ué, vá até a polícia e conte sua história!
- E você acha que vão acreditar em mim? E, se eu contar, vou prejudicar também o Gláucio e Silvia que me ajudaram, além do Pymenta e até você.
- Então o melhor é você sair logo da cidade mesmo!
- Eu sei, mas não queria ir sem antes falar com uma pessoa.
- Quem?
- Minha mãe, a índia Al Meida.
- A índia é sua mãe? – perguntou Duh assustado, já se sentando num banco, para ouvir a história.
- Sim, mas ela não sabe.

A Ana contou sobre o massacre dos índios feito pelo pai de PV e que Sr. Oc, seu pai, não conseguiu matá-la e nem à sua mãe. Em vez disso a colocou numa jangada para que se salvasse.

- E agora voltei para rever minha mãe e fazer justiça. Esse PV é um criminoso, mas com sua mulher como delegada, as investigações não seguiram a frente.
- Então é por isso que PV quer que você vá embora.
- Pode ser! Ai, não sei o que faço!
- Por ora é melhor se esconder – disse Duh – pois Gláucio está chegando.

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Enquanto ajudava Renata a se levantar, a delegada ordenava:
- Donly, preciso que você faça a coleta das digitais dos outros objetos que estão no altar, próximo de onde estava a estátua.
- Sim, senhora! Mas... Não estou vendo nenhuma digital não, senhora!
- Sua anta! Você não sabe que as impressões digitais não são mesmo perceptíveis? Você tem que as coletar usando o equipamento específico que temos na delegacia. Vá até lá e traga!
- Sim, senhora! – Disse Donly, que sai correndo de braços abertos gritando – uóóóó, uóóóóó.
- que porra é essa? – gritou a delegada.
- Ah, senhora, na falta de patrulhinha, a sirene sou eu! ALOCKAAAAAA! Uóóóó, uóóóóó... e saiu correndo em direção à delegacia.

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Pymenta acorda Silvia cutucando-a e falando:
- Mana, mana, a anã roubou a Santa do altar?
- Hein!? – Silvia salta da cama toda descabelada, de cuecão boxer e peitos de fora, sem sutiã.
- Ai, irmã, que visão do inferno!
- Vai pro inferno, você, o peito de toda mulher cai! Até o da Vivian vai cair!
- Pára, não vamos discutir. Precisamos correr atrás da anã. – disse Pymenta estendendo um vestido para a irmã que já estava se penteando.
- E o Gláucio, cadê?
- Ele já foi pro circo!
Os dois saem apressados, mas sem dar muita pinta que estava nervosos.

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Rebecca está furiosa dentro de casa pois seu pai não a ajudou a terminar de fazer suas malas.
- Mas painho, por que você não fez isso ontem a noite?
- Filha, você sabe que seu pai teve que socorrer o Hiro ontem, pois ele foi atacado pela criatura de branco!
- Ah, pai! Você faz tudo por todo mundo menos por mim!
- Ah, filha, não fala assim. Seu pai te ama!
- Se me amasse não ia deixar eu viajar sem dinheiro.
- Como, sem dinheiro? Filha eu te dei tanta coisa.
- Mas ai, precisei comprar malas e quando chegar em Salvador vou precisar de roupas novas. Imagina se eu vou com essas roupas horrorosas daqui.Vou fazer um guarda-roupas novo na Maria Extra Bonita! Quero que Carla Perez se torne minha amiga e se eu for assim, xexelenta, ela nem vai olhar na minha cara!
- Ta bom, filha, eu vou providenciar um dinheiro extra para colocar na sua conta corrente.
- Ah, pai! Te amo!  - disse ela, abraçando o pai.
- Vamos, vamos, vou te ajudar com essas ultimas malas que daqui a pouco está na hora do ônibus.

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Gláucio já estava conversando com Duh quando Pymenta e Silvia chegaram
- A anã não dormiu no circo – disse ele.
- Ai, meu Deus! O que a gente vai fazer? – quetionou Silvia
- Melhor a gente contar pra policia e livrar nossa cara! – disse Pymenta.
Duh se fez de desentendido.
- Policia? Por que? Vocês acham que alguém pode ter seqüestrado MIkaloski?
- Não, Duh, você não viu o tumulto na praça?
- Ah, eu tava indo lá ver, mas o Gláucio chegou aqui e nem fui lá.
- Então, roubaram a santa do altar da Igreja! – Disse Pymenta
- E a gente sabe que foi a Mikaloski – completou Silvia.
- Como assim, foi ela? – indagou o palhaço
Nisso, chega Leo, recém acordado e vê a confusão.
- Que circo é esse armado dentro do meu circo a essa hora?
- Ai, Leo, é tanta coisa que nem sei por onde começar... Sente-se!
- Enquanto vocês conversam, nós três vamos indo lá falar com a delegada! – disse Gláucio.
- Esperem, antes de sair, me contem porque vocês desconfiam da Mikaloski – pediu Duh.
- Você sabe! Estava junto da gente quando Silvia e ela conversaram sobe uma forma de ajudarmos ela a entrar na Igreja! Lembra? Fizemos isso ontem! – disse Gláucio que em seguida saiu, seguido por Silvia e Pymenta.

FIM DO DECIMO TERCEIRO CAPITULO

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