Brejo Fundo - Capitulo 11

- Juuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu – gritava Ju De Paula – Ô, Juuuuuuuuuuuuuuuuu! Pelo amor de Deus, venha cá!
- Que foi, Ju? Perguntou Ju Moraess
- Olhe, que noite, hein! To morta! Com farofa! Vixe Mainha! Preciso de uma massagem da cabeça aos pés... To toda quebrada! Os dois numa noite só não dá! Por que ninguém me avisou nada antes?
- Mas as meninas não sabiam que o Fred vinha ontem! Foi meio que de surpresa, até porque domingo ele nunca vem aqui!
- Sim, aos domingos eu só atendo o PV!
- Mas quando a gente viu, ele já tava chegando com Gláucio e aquele outro, o tal de Pymenta.
- O do bilau curtinho? – riu Bruna
- Bruna, Bruna, não fale assim de seus clientes! – reclamou a dona da casa
- Mas, Ju, o moço tem um bilau que parece uma pimenta: fininho, amarelado e com gosto ruim!
- ah ah ah ah ah – riam todas as meninas
- Vamos parar com isso meninas! EU não to bem hoje. Essa noite foi difícil! Ainda bem que vocês conseguiram distrair o PV enquanto o Fred tava aqui no quarto comigo. Imagina se os dois se encontram aqui. Os dois exigem exclusividade e me dão muito dinheiro! Seria o meu fim e da casa!
- Ah, Ju, mas graças a meus encantos e canto, PV ficou lá, bebendo e me ouvindo cantar!
- Ju Moraess, você me salvou!
- E quase que o pinguço do Gláucio estragou tudo! – Disse Bruna
- Como assim? – Pergunto Ju
- Ele tava bêbado e perguntando aonde tava o Fred, que o Fred tinha que pagar uma bebida pra ele!
- Mas eu percebi e comecei a cantar mais alto pro PV.
- E eu tratei logo de dizer que quem tava pagando a noite era o Pymenta – emendou Bruna.
- E foi nessa hora que o “Pymentinha” te agarrou, né? Eu tava ali cantando mas via tudo!
- Mas aí as outras meninas trataram de calar a boca do Gláucio!
- O importante é que os dois não se viram – agradeceu Ju – E vocês, minhas meninas, foram sensacionais! Podem ir agora, vão descansar que essa semana foi agitada!
As meninas já estavam saindo.
- Bruna Zimbrão, fique aqui, quero ter um dedo de prosa com você.

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- Como assim, o senhor PV quer falar comigo? – perguntou Duh Marinho para Aline
- Ele disse que é assunto particular e pediu pra eu vir aqui no circo e só voltar com o senhor me acompanhando.
- Será que ele gostou de meu número com as espadas? Será que quer um show exclusivo?
- Ih, pelo jeito que ele tava com raiva não é isso não. Até a dona delegada saiu de casa pra não se estressar.
- Ai, minha Santa Maria Gil!
- Vamos logo!
A anã ouvira o diálogo e saiu logo atrás deles, correndo para a Igreja.

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Quando Mikaloski chega na Igreja dá de cara com as beatas Renata e Tatiane, que logo lhe perguntam o que está fazendo ali.
- Queria fazer uma prece para Santa Maria Gil
- Que prece, o quê, sua macumbeira! – Tatiane enxotava a menina.
- Eu não sou macumbeira...
- Ah, não? Então porquê te vimos aquele dia colocando um despacho na beira da ponte que leva pra cidade de Brejo Raso? – Emendou Renata
- Não era um despacho!
- Ah, não? Era um prato de comida para um ser da floresta? – ridicularizou Renata
- Não adianta, não vou discutir. Eu já desisti... mas um dia vocês vão entender...
- Não adianta fazer essa carinha de gato do Shrek que eu não tenho pena de você, sua coisinha dos infernos! – disse categoricamente Tatiane.

A anã sai chorando e encontra Silvia, que a pega pela mão e leva até o bar.
- O que houve, pequenina?
- Eu não agüento mais tanta humilhação. Todos nessa cidade são maus!
- Não, menina, não pense assim. Eu estou aqui, te ouvindo. Posso te ajudar? Desabafe. Fale comigo. Fala que eu te escuto!
- Eu preciso ver a Santa. Me faz o favor que vc disse? Hoje à noite me deixa entrar na Igreja?
- Claro. Vou falar com o Gláucio. E agora vai ser ainda mais fácil com meu irmão aqui. Ele que vai ficar a noite no bar. Ele vai distrair o Padre Renato.

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Silvia já estava no bar com Glaucio e Pymenta os servia. A anã chegou na hora marcada. Em seguida, Sebastian passa depois de ter fechado seu consultório e cumprimenta todos. O padre começa a fechar a Igreja. Mais uma noite como todas as outras. Sebastian resolve sentar para conversar um pouco, pois Hiro também está no bar. Estão os cinco conversando, quando Silvia faz um sinal para Pymenta.

Ele vai ate a Igreja e começa a conversar com o padre.
- Bençao, Padre Renato!
- Deus lhe abençoe, meu filho. Então, você chegou ontem na cidade, não é?
- Sim, sim! – Pymenta faz um sinal para Silvia que sai do bar e os segue a uma certa distância
- E por que não veio à missa hoje cedo?
- Sabe como é, né, seu Renato, as coisas ainda estão se ajustando.
- Ah, meu filho, venha se confessar! – o padre seguia fechando as janelas
- Ih, padre, se eu for me confessar serão várias horas te aporrinhando, com o perdão da palavra!
- Ah, meu filho, nada nessa vida me surpreende – ao fechar a janela, ele não percebe que Silvia acabara de abrir uma das que já estavam fechadas.
- Padre, nada nessa cidade o surpreende, mas eu morei na capital. Muita coisa diferente. Ah ah ah.
O padre riu com ele. Silvia, já de volta ao bar, faz um sinal, e Pymenta se despede do padre.
- Boa noite e bênção!
- Deus lhe abençoe!

Estava tudo pronto para a pequena Mikaloski entrar na Igreja e encontrar sua Santa. Ela se levanta e se depspede de todos. Hiro também se levanta e vão cada um para um lado. Menos de cinco minutos depois, ouve-se um grito de horror do nipo-brasileiro!
- AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!
- Meu Deus! O que é isso! – grita Pymenta, deixando a garrafa que estava pegando no freezer cair, quebrando pelo menos mais duas que estavam lá dentro.
Sebastian levanta e corre em direção ao grito dizendo
- É a mulher de branco, é a mulher de branco! Vamos lá!
E todos saem correndo.

FIM DO DECIMO PRIMEIRO CAPITULO

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