Alice no País das Maravilhas (filme)

Não tinha como não assistir a esse novo filme de Tim Burton. Com tanto alarde, com Johnny Depp no elenco e opção de vê-lo em 3D, só isso já vale o ingresso. Então ontem a noite encarei duas horas de um mundo de fantasia da pobre Alice (Mia Wasikowski). Fui sem me lembrar do enredo original da história de Lewis Carroll e sem ter lido críticas a respeito (exceto uma da Veja, mas mesmo assim, só passei os olhos). Então, sem saber do enredo e apenas conhecendo algumas personagens (Chapeleiro Louco, o gato que sorri, a rainha de Copas, o coelho apressado) fui para a sessão.

O filme é muito bom, indicado para todas as idades, embora eu ache que as crianças mesmo não vão curtir muito. Algumas cenas são tenebrosas e a violência está bem presente (num embate quase no final do filme, cabeças rolam em cena). Os efeitos 3D são comedidos mas bem interessantes, trazendo uma aura ainda maior de mundo dos sonhos. Agora de manhã resolvi ler sobre a obra de Carroll e o filme de Burton e descobri que o segundo não fez uma adaptação da obra, mas sim, criou uma nova história usando alguns dos personagens do outro. Para entender melhor, vou contar um pouco do enredo desse novo “Alice”.

Nessa nova história, Alice já tem 19 anos (na original, era ainda uma criança) e acaba de ser pedida de casamento. Ela foge, perseguindo o coelho apressado e acaba caindo no buraco. Mudou-se o início, mas a forma dela chegar ao País das Maravilhas é a mesma. E, lá chegando ela também pode diminuir de tamanho ou aumentar bebendo uma poção ou comendo um bolinho. E ela precisa dos dois artifícios para conseguir sair da sala em que está presa. Assim como no original, ela vai descobrindo aos poucos essa magia. Ela é observada o tempo todo pela ratinha e pelo coelho, que discutem para saber se ela é a mesma Alice que os visitou anos antes. Ela então é levada até a lagarta azul que diz que ela é quase a mesma Alice. Aos poucos, percebemos que esse mundo não é mais um País das Maravilhas. A Rainha Vermelha (assim chamada, mas que na verdade é a própria Rainha de Copas) domina todo o povo com ameaças e não com amor. Ela tem uma irmã, a Rainha Branca, que perdeu a coroa para ela. E está escrito no compêndio que Alice é a guerreira que vai trazer a felicidade de volta para as terras encantadas. Assim começa sua aventura, reencontrando o Chapeleiro Louco e tantos outros personagens da história original.

O filme vale o ingresso, mas acho importante divulgar que essa NÃO é a história escrita por Lewis Carroll. As pessoas podem ficar com uma ideia errada sobre a obra. Na verdade, recomendo (e fiquei com vontade de) ler o original. Cultura nunca é demais, afinal, Alice é um dos clássicos da literatura inglesa.

Bom filme e divirtam-se!

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