No Elevador

No Elevador
(por Fred Mendelski – 08/08/2008)

Excetuando-se as pessoas que moram nas menores cidades do país, todos mundo já deve ter tido a experiência de andar de elevador. Pois essa é para mim uma das ações do dia-a-dia que trazem mais irritação. E não digo que me irrito por causa da trilha sonora escolhida não. Ao contrário, a “música de elevador” em geral me agrada. O que me irrita é a atitude de alguns dos passageiros.
Imagine um hall de elevadores onde há na parede próxima à porta de entrada o painel com dois botões, um indicando a chamada para subir e outro, descer. Chego ali, aperto o botão para subir e aguardo que o elevador chegue. A luzinha do painel está acesa, indicando que pressionei o tal botão.

Então, chega outra pessoa e aperta o mesmo botão. Ok, a pessoa estava distraída e não reparou que já estava pressionado. O elevador demora mais um minuto e o mesmo cidadão vai lá e aperta de novo o botão. Pra quê? Será que ele acha que assim o elevador chegará mais rápido? Começo a me irritar. Mais 20 segundos se passam e o mesmo cidadão resolve apertar o botão para descer e olha para o relógio. Ele mudou de idéia? Lembrou que tem compromisso no subsolo? Não, mais uma vez o idiota acha que assim vai ganhar tempo.

O elevador finalmente chega, mas nesse instante o hall já estava repleto de passageiros aguardando. Olho para o painel que fica acima da porta do elevador e o mesmo indica que o elevador está descendo. Como quero subir, não entro. O espertinho que tinha apertado os dois botões me olha e pergunta se não vou entrar. Com a minha negativa, lá vai ele elevador adentro e consigo vai boa parte dos outros que esperavam pelo elevador. Eles acham que vão ganhar tempo descendo no elevador e depois retornando? Se o prédio possui apenas um elevador, eles vão descer e voltar ao térreo, pois o elevador vai parar ali na subida. Se possui mais de um elevador, há grandes chances de um outro chegar no nosso andar antes daquele onde eles entraram voltar a subir. Talvez eles gostem mais da música ambiente do que eu imaginava.

O elevador volta e reencontro os idiotas que foram passear nos andares do subsolo. Trocamos aquele sorriso amarelo de quem pensa: “É, deu no mesmo, esperar do lado de fora ou passeando nos andares”. Isso me irrita mais um pouquinho. Aperto o botão do andar que quero ir e me coloco num canto do elevador, mas não sem antes ter que pedir licença para me acomodar. Não entendo porque as pessoas entram no elevador e param em frente a porta. Entrou? Chegue para o fundo ou laterais, permitindo que as outras pessoas consigam entrar também.

O elevador pára num andar que ainda não é o meu. Um apressadinho tenta entrar antes dos passageiros desembarcarem. Um pequeno tumulto com ombros se esbarrando na porta do elevador. Por que entrar tão depressa, sem esperar o desembarque? Será que o “esperto” acha que o elevador vai fechar antes dele conseguir entrar?Não bastando a pequena confusão criada, ele entra com o ipod no volume máximo e falando no celular (aos berros, por causa do ruído do ipod). Nós todos somos obrigados a ouvir sua discussão com a esposa, pois a empregada não foi trabalhar. O elevador socializa os problemas dos outros. Mas e eu com isso? Começo a sentir minhas bochechas esquentarem. A irritação é grande.

Mais um andar. Um espertinho que esperava o elevador nesse andar também apertou os botões de subir e descer, mas seu objetivo era só descer. Ou seja, a parada foi à toa. Mas, não bastasse isso, esse mesmo cidadão ainda pergunta do lado de fora: “Desce?” Respondo apenas com uma negativa da cabeça, mas com vontade de gritar: “Ô, animal! Qual a seta que está acesa no painel acima da porta? É óbvio que está subindo.” Mas enquanto ele fazia a estúpida pergunta um outro indivíduo já estava entrando no elevador. Ao perceber a minha indicação que estávamos subindo ele pede desculpas dizendo “Pensei que estava descendo”. Per lá, se ele pensasse, ia perceber que estava subindo. Por não pensar é que ele entrou no elevador...

Finalmente chego no meu andar, já estressado pelo começo de dia que tive. E penso: “a partir de amanhã, vou subir pelas escadas. Além de diminuir o estresse, faz bem pra saúde!”


P Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade com o MEIO AMBIENTE.

Comentários

  1. E eu que pensava ser a única pessoa que - muito além da claustrofobia - odeia elavadores por seus 'passageiros'. O que acontece? As pessoas perdem parte da capacidade cerebral cada vez que apertão o botão? E os que apertam duas vezes... perdem mais? E, perdendo mais, vão apertar sempre mais de uma vez e perder mais e mais e mais? Dai-me paciência e força nas pernas: eu só vou de escada :)

    P.S.: E no Jô essa semana um ascensorista cantor. As musiquinhas de elevador não são mais as mesmas depois dele ¬¬' rs

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Por favor deixe aqui seu comentário