Ney Matogrosso II



Ontem fui ao Canecão assistir ao novo show do Ney Matogrosso (Inclassificáveis). A impressão que se tem ao final do espetáculo é que o artista (sim, não se pode chamá-lo apenas de cantor ou interprete, até mesmo porque ele assina a iluminação) está em plena forma nos seus 66 anos. Ele continua rebolativo, contestador e divertido. E continua com suas performances de troca de roupa em frente ao publico - que vai ao delírio, gritando a cada peça que tira. Mas, ao contrário de outros shows que já assisti, esse não me agradou.



As roupas e cenários misturam um pouco do indígena com árabe. Há um totem no meio do palco que não faz muito sentido. Houve pelo menos duas grandes falhas da banda, que por duas vezes iniciaram canções fora da ordem e Ney teve de orientá-los para parar e iniciar a música correta. O próprio Ney desafinou algumas vezes e foi auxiliado pelo guitarrista/percussionista cujo nome não sei. E não saber seu nome também se deve a uma falta de atenção. O nome dos musicos foi dito apenas pela voz em off antes do inicio do show. Ney não apresentou seus músicos durante a performance e nem mesmo no bis. De forma geral, a impressão que se tem é que é o início de uma turnê para a qual não houve muito tempo para ensaios.



Mas não foi um espetáculo apenas com pontos negativos. Pelo contrário. Ney se mostra moderno introduzindo uma batida funk em algumas canções (com o DJ Tubarão nas carrapetas). Além disso, a banda é muito boa e sabe fazer um bom rock'n'roll. Mais uma vez, quem fica devendo é o próprio Ney, cuja voz por diversas vezes some frente a forte batida da banda. Mas voltando aos pontos positivos, a iluminação e os figurinos dão muita vida a cada uma das músicas apresentadas e dá muita vida ao show. Aliás, todo o conjunto agrada. Alguns pontos de destaque no show: ele desce do palco e dança no meio da platéia. E, exatamente quando ele cantava o verso "você tem 3000 horas para parar de me beijar", uma senhorinha mais afoita o acariciava, passando as mãos em suas costas e cintura. E ele soube aproveitar o momento, fazendo a platéia ir ao delírio. Delírio maior foi quando o artista apresenta uns passos de dança do ventre. A mulherada da platéia veio abaixo aos gritos de "lindo", "gostoso" etc. E isso é a essência de um show do Ney Matogrosso.


Repito: não se trata de um dos melhores shows do Ney, mas com certeza é um dos melhores em cartaz no momento na nossa cidade. Vamos ver daqui a duas semanas se mudo de idéia após assistir à grande Rita Lee.


Bjs e abs,
Fred

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