Macumba - Johnny Hooker (show)

No ultimo domingo, o pernambucano Johnny Hooker fez a primeira apresentação de sua atual turnê – Macumba – no Rio de Janeiro. Até duas semanas antes do show, eu nunca tivera ouvido falar dele ou, se ouvira, não prestara atenção. Se você também está na mesma situação, saiba fazem parte de seu disco as músicas “Volta”, que estava no filme “Tatuagem”, “Amor Marginal” parte da trilha sonora de “Babilônia” e “Alma Sebosa”, que estava na trilha sonora de “Geração Brasil”, novela na qual o próprio Hooker fez participação como ator. O show tem como repertório base o seu primeiro CD, intitulado “Eu Vou Fazer Uma Macumba pra te Amarrar, Maldito!", lançado em fevereiro deste ano e que chegou ao primeiro lugar nas paradas do Deezer e 14º no iTunes.

Agora que já sabemos um pouco da sua história, vamos à figura em si: nitidamente, ele tem muita influência de Ney Matogrosso no modo de se vestir e maquiar (veja as fotos desse post para entender). Mas a influência vai além disso. Seu tom de voz em alguns momentos lembra o cantor da extinta banda Secos e Molhados. Além disso, assim como Ney, ele não é apenas cantor. Ele interpreta as canções, vibra com cada verso. E, no seu caso, muitas músicas tem versos pesados, densos. A musicalidade mistura a MPB com frevo (como na deliciosa “Desbunde Geral” que ele encerra o show emendando direto de “Bandeira Branca”), rock, reggae e claro, o brega nordestino. Acompanhado de percussão, violão, guitarra, teclado, baixo, o destaque fica para o trompete, que faz toda a diferença e dá muito mais vida às músicas.

O show foi dividido em quatro blocos, sendo o primeiro e o terceiro mais ligados ao rock, o segundo com músicas lentas, com direito a cover de “Wicked Game” (de Chris Isaak) e o final acabou em frevo mesmo. Muito boa essa mistura que manteve o povo ligado o tempo todo. Confesso que me entediei um pouco com as músicas mais lentas, mas porque eu não conhecia o repertório mesmo. Se soubesse cantá-las, estaria com certeza me divertindo mais. A sensação que eu tive era de estar assistindo a um de protesto como aqueles do underground dos anos 70 e isso ficou ainda mais perceptível quando Johnny ainda falou do movimento #OcupeEstelita, contra a construção de arranha-céus na orla de sua cidade natal (Recife). Mesmo com o publico sendo basicamente de cariocas, ele levantou a bandeira (no caso uma camisa) e foi ovacionado. Mais setentista, impossível!

No final das contas, virei fã e já estou acompanhando o artista pelas redes sociais à espera de novas apresentações aqui na cidade maravilhosa. Em tempo, além das músicas que citei ao longo do post e que possuem hiperlink, ainda filmei outras: Chega de lágrimas, Boato, Você ainda pensa? e Boyzinho.

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