Comecei a ler há algumas semanas o livro “Precisamos falar sobre Kevin” de Lionel Shriver e ontem pulei umas 200 páginas e li o final. Não consegui me concentrar na narrativa, acabava dormindo (mesmo de dia). O livro é chato, mas o final é bem interessante. Em vez da divisão em capítulos, o livro é como se fosse um registro de cartas escritas por Eva para seu marido. Eva é uma empreendedora que criou uma empresa que publica livros com dicas de viagem e, para que as dicas sejam realmente boas, ela mesma viaja o mundo todo para coletar os dados. Seu marido é um marketeiro que desenvolve campanhas publicitárias para os mais variados e desnecessários itens. Um casal com muitas diferenças, pois ela conhece o mundo todo e ele é o típico americano, que se satisfaz em conhecer apenas seu país e comemorar os feriados patrióticos.
Nas cartas, ela conta amenidades de seu dia a dia, o seu sofrimento e rejeição que ainda sente pela sociedade por ter sido uma “péssima” mãe quase dois anos depois de seu filho ter cometido um crime hediondo numa escola em Nova Iorque. Eva intercala nas cartas também o desabafo de como fora sua vida até ali, falando de como conheceu o marido, os planos que faziam, a vida que levavam até decidirem ter seu primeiro filho. Também relata as visitas que faz ao filho na prisão e como o jovem de pouco mais de 16 anos encara aquele ambiente hostil e como a rejeita e a odeia. E, no meio de tudo isso, também fala de restaurantes, lugares que visita e adiciona diversos detalhes sobre a política e pequenas observações obre o dia-a-dia. Mas são tantos detalhes desinteressantes que ela escreve e que nada acrescentam ao enredo principal que parei de ler quando ela ainda relatava a sua gravidez que estava no sétimo mês. Não li nada sobre como foi a infância do menino e nem como eles tiveram a segunda filha nem como a menina ficou cega de um olho. Mas li o final que explicava em detalhes como o menino planejou e executou o atentado.
Há um filme baseado nessa obra e, para não ser injusto, vou assistir também, pois pelo menos serão cerca de duas horas resumindo tudo. Mas o que posso dizer é o seguinte: não consegui achar o livro bom. O final pode até surpreender alguns, mas antes mesmo de chegar na página 20 eu já tinha deduzido o porque de o marido não estar mais com Eva e ela estar escrevendo as cartas para ele. Não precisa ser muito gênio pra isso.
Enfim, não recomendo o livro, a não ser que você sofra de insônia...
E, quando eu vir o filme, conto aqui também. Já perguntei a amigos pelo facebook e me disseram que a atriz está muito bem no papel de Eva e que o rapaz que faz o filho problemático é ruim... Vamos conferir.
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