Sandy veio ao Rio para apresentar o show “Manuscrito” na sua primeira turnê depois do fim da dupla de sucesso com seu irmão Júnior. O CD que serve de base para o show foi premiado com disco de platina. E o diretor da gravadora entregou à cantora o prêmio durante o show. Foi um momento aplaudidíssimo pela plateia, composta basicamente por adolescentes e pós adolescentes, fãs da cantora desde a mais tenra infância. Aliás, público esse que gritava histericamente a cada sucesso da dupla que Sandy anunciava e também que subia nas cadeiras e mesas para poder tirar fotos e ficar mais próximo da cantora e de seu irmão (que estava na mesa de mixagem de som).
Sandy começou o show com um atraso de 40 minutos. Entrou em cena com uma blusinha cinza e uma saia rodada (veja na foto). Visual de mocinha bem comportada, como sempre. E começou cantando o primeiro sucesso de seu CD, “Pés Cansados”. Veja abaixo um trecho da música.
Todas as músicas do novo CD eram cantada em uníssono pela plateia, o que comprova que todos ali eram realmente fãs da cantora, pois tirando a primeira música, apenas uma outra também está sendo executada nas rádios. Sandy Leah também se arriscou com alguns sucessos de artistas que ela mesma se disse fã e cujas músicas ouve no seu dia-a-dia. Então, intercalando músicas de seu CD Manuscrito, ela apresentou “Beija Eu” de Marisa Monte, “Hoje eu quero sair só” do Lenine, “Por Enquanto” do Renato Russo e “Casa” de Lulu Santos, além das internacionais “Put Your Records On” de Corinne Bailey Ray e “Wonderwall” do Oasis. Alguns sucessos da época de “Sandy e Junior” também entraram no repertório.
Ela possui um jeitinho tímido que nem parece que já possui anos de carreira. Parecia nervosa e não sabia se cantava em pé ou sentada. Talvez por estar se arriscando numa seara que é nova para ela, esteja ainda tentando se adaptar. Mas está longe de ser uma cantora com atitude como as novatas Ana Cañas e Maria Gadu ou as já mais experientes Vanessa da Mata ou Marisa Monte. Para ela se tornar um grande nome da MPB, Sandy precisa se desvincular do rótulo de menininha inocente do interior de São Paulo. Nem mesmo casando ela conseguiu mudar sua aura. Mas ela precisa tomar cuidado, pois o público que a acompanha está amadurecendo e, em pouco tempo, vão exigir mais dela. Não dá para imaginá-la como cantora de sucesso daqui a 10 anos se ela mantiver esse mesmo estilo. Ela precisa amadurecer. Eu esperava que ela já tivesse mudado, pois com 27 anos de idade e mais de 17 anos de carreira, ela já deveria estar “calejada”.
Ela tem uma voz bem infantil ao estilo Xuxa, Angélica e Eliane – aquela dos dedinhos. Sua voz até combina com as baladas leves de sua autoria e também cai bem em músicas como a de Corinne que ela cantou. Com os arranjos que foram feitos, também ficou bem em “Por enquanto”, mas em outras músicas, onde a atitude também é importante, ela deixou a desejar. Impossível uma interpretação dela para “Beija Eu”. Com o rostinho de anjo dela, soa até pecaminoso nos imaginar a beijando. Ela também não convence gritando “hoje eu quero sair só, vai ver se eu estou lá esquina”. Não, ela não sair sozinha e muito menos estará sozinha na esquina. Essas músicas não combinam com ela e ponto.
A cenografia estava um tanto confusa, pois havia umas molduras que desciam do teto, mas que até agora não sei se eram porta-retratos antigos ou molduras de espelho. Ou seja, se não foram entendidos, foram mal escolhidos. A disposição da banda também ficou estranha. A bateria estava no canto esquerdo do palco, mas de lado para a plateia. Entre a bateria e a coxia havia um espaço enorme, que poderia ter sido preenchido através da redução do palco ou simplesmente reposicionando-se o baterista de frente para o publico.
Esse foi o último show do ano de sua turnê e ela prometeu voltar ao Rio ano que vem. Então, para os fãs, fiquem atentos!
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