Comer Rezar Amar (filme)

Tive o prazer de assistir à sessão de pré-estreia ontem no UCI NYCC do filme “Comer Rezar Amar”, obra baseada no romance best-seller homônimo escrito por Jennifer Salt. A película é dirigida por Ryan Murphy, e produzida por Brad Pitt.

Julia Roberts é Liz Gilbert, mulher que começa a se questionar sobre o sentido de sua vida: será melhor manter a infelicidade no casamento e sua carreira bem sucedida de escritora ou largar tudo e correr atrás da verdadeira realização. Após um tumultuado divórcio, decidido por ela numa noite de reflexão, ela se envolve com outro homem e mais uma vez não encontra ali a felicidade. Seu perfil é sempre adaptar-se ao que o seu parceiro é e vive. Assim, ela deixa de ser ela mesma. Ao perceber isso, resolve então dar uma guinada em sua vida. O filme mostra então um ano de sua vida em busca de um sentido para sua vida através de uma viagem a três pontos distintos do mundo: Itália, Índia e Indonésia. Em cada um desses lugares ela encontra um dos prazeres do título. E nessa viagem conhece pessoas, histórias e experiências de vida que a ajudam a se conhecer melhor, até que finalmente se vê pronta para encarar a si mesma e tomar as decisões das quais sempre fugiu.
 
Julia Roberts, não mais tão linda como em “Uma Linda Mulher”,  mas ainda muito talentosa, é uma escolha acertada para esse papel. Ela consegue impressionar com sua interpretação, principalmente nas cenas sem diálogos, como quando circula por seu apartamento na noite em que toma a decisão de separar-se; quando está comendo um prato de spaghetti sozinha em Roma; quando não consegue se concentrar para as meditações na índia ou quando finalmente encontra seu equilíbrio em Bali. Os atores escalados para contracenar com ela também foram muito acertados. O clone de James Taylor que conhece na índia, o xamã desdentado em Bali e o professor italiano todos com seus sotaques diferentes dão um charme e um tom multicultural ao filme. O único pequeno erro foi na escolha de Javier Bardem como brasileiro. O seu sotaque não tem nada de português, mas as músicas que ele ouve (brasileiríssimas) são puro deleite. Há também alguns exageros na estereotipagem dos costumes de cada país. Posso falar pelos italianos (não vi tudo aquilo quando estive na Itália) e também por um cero costume de Javier com seu filho (não vou fazer spoiler aqui, ok?). A fotografia também é bem feita, mostrando a beleza e detalhes do dia a dia de cada uma das cidades visitadas, traduzindo tudo num belo filme.

Não li o livro então não posso aqui dizer se a película é fiel ao romance, mas achei a fita longa demais e um pouco superficial em algumas questões. Sei que é tarefa difícil transpor qualquer livro para a grande tela sem que haja perdas, mas o filme acaba servindo como um aperitivo para me levar a ler o livro. Quando o ler, postarei aqui também minha opinião. Por ora, digo apenas que vale a pena conferir o sorriso e as lágrimas de Julia Roberts no telão.

Boa diversão!

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