Renata fala com o padre:
- Padre, você vai deixar que a policia feche a Igreja para fazer essa investigação? O que será da gente se nossa santa?
- Calma, Renata, calma!
- Padre, você precisa ligar pra capital e pedir ajuda! Traga o arcebispo!
- Não, Tatiane, não! Não vamos envolver o Arcebispo Andre Gil Sangalo. Ele é muito ocupado...
- Tão ocupado que nunca veio aqui, nem mesmo na festa de semana passada, a primeira com nossa padroeira.
- Ai... Então ta, vou ligar para que ele venha e nos ajude!
- Mas até lá, a igreja ficará fechada! – ordenou Quitéria
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Rebecca vem se aproximando da praça carregando um pequeno nécessaire. Atrás vem Sebastian, seu pai, arrastando quatro malas e um baú, colocados sobre uma pequena carroça. Sua mãe, Tatiane, a ignora e continua conversando com o padre. O assunto na praça é o roubo da santa, mas Rebecca simplesmente não pergunta nada. Está caminhando pomposamente em direção ao ônibus como se fosse um taxi aéreo ou avião particular. Só olha pra trás para se despedir de seu pai, que colocava as malas no bagageiro e dava um trocado ao motorista para que ele a ajudasse na retirada das malas em Salvador.
- Ai, pai! Não acredito que Tatá não pode me levar de helicóptero.
- Filhinha, querida, com essas malas todas, não ia dar para o helicóptero levantar vôo.
- Você está me zoando, meu pai?
- Claro que não, Bequinha! Papai nunca faria isso com a minha princesinha!
- Ah, pai! Pára! A princesinha aqui já está virando rainha! ME dê um abraço que o ônibus está saindo!
- Adeus minha filha, mande notícias! Sempre.
- Sim, papai.
- Não vai se despedir de sua mãe?
- Eu não! Não vê que ela se preocupa mais com a igreja do que comigo! Ela que fique aí, sozinha! – disse já subindo os degraus do ônibus enquanto a porta se fechava atrás dela.
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Ana Terra estava tomando café com Nando quando aquela noticia veio como uma bomba:
- Ana, preciso contar uma coisa. Espero que você me entenda. Eu te amo muito!
- Eu sei, meu amor, mas por que essa aflição toda? O que você fez? O que está acontecendo?
- Ana, nós nunca seremos uma família completa. Eu não posso ter filhos.
- Como? Como assim?
- Aquele acidente que eu sofri na plataforma de petróleo, quando eu estava com Cacau, lembra? O acidente que provocou minha aposentadoria antecipada... Então, nesse acidente fui exposto a substância químicas que me esterilizaram. Não posso ter filhos – disse ele, com lágrimas brotando em seus olhos.
- Não chore, meu amor! – Ana o abraçava, chorando também – não chore! Não vai ser isso que vai estragar nosso amor. Nós nos bastamos.
- Você dis isso agora, mas sei que, como toda mulher, você quer ter seus filhos. E eu não poderei te proporcionar isso.
- Não fale assim. Eu te amo e isso me basta. Além disso, temos outras opções. Há tantas crianças por aí precisando ser adotadas. Podemos adotar e amar um filho.
- Ai, Ana! Por isso te amo tanto!
- Eu também!
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Duh estava contando para Leo de sua suspeita de que foi PV quem roubou a Santa para incriminar a anã e assim forçá-la a sair da cidade. Pois assim ela não poderia enfrentá-lo e nem lutar por suas terras, além de condená-lo pelo assassinato de seus avós e outros membros da tribo. Mas ele ainda não entendia como ele ia saber que ela queria ir à igreja?
- Será que Silvia, Gláucio ou Pymenta estavam jogando contra?
- Não credito nisso – disse a anã – Silvia se mostrou muito amiga minha. O Pymenta chegou à cidade depois disso e o Gláucio, bom... esse é apenas um beberrão infeliz.
- Mas quem mais poderia saber disso e contar para PV que você ia lá ontem a noite?
- Tem outra coisa que não se encaixa. Se PV ia usar isso contra a anã, porque ele te deu as fotos ontem e fez essa chantagem para deixarmos a cidade, se o objetivo dele era apenas a anã? A gente não tem nada a ver com isso! – pensou alto Leo.
- Mas na hora que a Aline veio chamar o Duh, ninguém sabia ainda que eu ia na igreja ontem. Decidimos isso depois!
- Então faz sentido. Ele estava seguindo um plano até que apareceu outro melhor – deduziu DUh.
- Pode ser, poder ser! – ainda duvidava Leo.
- De qualquer forma, gente, eu preciso sair daqui – disse Mikaloski.
- Sugiro que você vá atrás de seu pai e peça para ele escondê-la. É o melhor por ora. – sugeriu Leo.
- E pode deixar que se alguém chegar aqui eu digo que você foi embora da cidade. Se a delegada perguntar algo, eu digo que foi o próprio PV quem pediu pra você ir embora.
- Obrigada, Duh!
- Vá logo! Pegue esse meu cavalo! – disse Leo – E suma logo daqui. Diremos que você foi embora a cavalo cedo pela manhã.
- Mas espere, antes deixe um bilhete para apresentarmos aos outros dizendo que você foi embora da cidade! Assim teremos uma arma a mais para convencer a todos da nossa versão dos fatos.
- Ótima idéia, Duh! – disse a anã.
FIM DO DECIMO QUARTO CAPITULO
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