Esse ano o Viradão Carioca sofreu um pouco por conta das chuvas que caíram no início do mês. Planejado para ocorrer entre os dias 9 e 11 de abril, teve que ser adiado e ficou para os dias 23 a 25. Melhor para muita gente por causa do feriado de São Jorge. Mais uma vez havia palcos espalhados por toda a cidade. Dessa vez teve palco também na Barra e Rio das Pedras (ano passado eu tinha criticado essa “ausência”) mas as atrações ficaram concentradas principalmente na Praça XV. Aliás, as únicas atrações que assisti estavam nesse palco (Sandra de Sá, Preta Gil, Chicas, Cidade Negra). Também queria ver D. Ivone Lara, mas me atrasei. Desisti de ver Orquestra Voadora (no Leme) e não me animei para encarar uma Praça XV no domingo para ver Geraldo Azevedo, Milton Nascimento e Diogo Nogueira (fiquei com medo de ter tumulto).
Ao contrário do ano passado, não vi policiamento extensivo, vi brigas e tumultos no meio dos shows (no primeiro dia, durante o show da Preta Gil) e vi ambulantes por todos os lados. Eles passavam com seus carrinhos ou com isopores sobre a cabeça, atrapalhando a visão do palco. Aliás, foi feita uma área para a imprensa em frente ao palco que era tão larga que deixava a primeira fila do público muito distante do palco. Por conta disso, Sandra de Sá e Isadora Medella (das Chicas) desceram do palco para poder chegar mais perto de seus fãs.
Achei os telões de baixa qualidade (ano passado eram bem superiores) mas o som estava bom. A iluminação era correta, mas a disposição das câmeras não estava tão boa, prinicipalmente para shows como o das Chicas, que possuem 4 vocalistas se revezando. A imagem ficava fora de foco e muito distante.
Para o próximo ano minha dica é que façam uma grade de shows juntando artistas com mais afinidade entre si. Por exemplo, Chicas ficaria bem melhor no mesmo dia do Geraldo Azevedo em vez de Pitty. Diogo Nogueira com D. Ivone Lara. Preta Gil com Sandra de Sá, Marcelo D2 com Pitty... Fica a dica!
Sobre os shows:
Preta Gil mostrou que não é só o público da The Week que gosta dela. Sexta-feira a Praça XV lotou, pulou e cantou muito com ela, que trouxe a ex-BBB Lia Khey para dançar num de seus números. Ela cantou desde seus hits Sinais de Fogo e Estéreo a muito pop, axé e até sertanejo. Sempre cm o público pulando e cantando muito. Depois do show, quando fui ao camarim da Preta, pude conhecer Lia pessoalmente e ela é muito simpática.
O show do Cidade Negra me decepcionou um pouco pois sem Tony Garrido a banda perdeu seu principal atrativo. Ainda não entendo porque bandas que tem seu vocalista como principal atração ainda tentam se manter sem ele. Não fiquei até o final do show.
No sábado vi uma cinquentona Sandra de Sá com pique de garotinha de 20 anos fazer o povo cantar seus sucessos como Bye bye Tristeza, Joga fora no Lixo e Olhos Coloridos, além de sucessos de outros intérpretes como Flor de Lis, Madalena (as duas músicas nesse medley delicioso abaixo).
Sem falar em sucessos do eterno Tim Maia e algumas músicas novas de seu mais recente trabalho. E, mesmo nessas músicas desconhecidas, ela conseguia fazer o público cantar o refrão. Ela sabe dominar uma platéia (que não era sua, pois notava-se que estavam lá a espera da Pitty). Outro destque eram suas backing vocals. Performáticas e animadas, davam um show a parte.
Ainda assisti ‘As Chicas’. Ri muito com alguns comentários na plateia, pois muita gente as confundia com Mulheres de Chico e esperavam um repertório de canções do Chico Buarque. Mas Isadora, Paula, Amora e Fernanda começaram com o ‘Rap do Silva’ e ‘O Cofre’. Depois tocaram ‘Divino Maravilhoso’ e seguiram com seu repertório variado e acordes especiais de canções que já conhecemos, como ‘Paciência’ do Lenine e muita coisa do repertório delas, como ‘Caras e Bocas’ (com uma levada rock bem diferente da apresentada na abertura da novela homônima).
A iniciativa do Viradão é muito legal (esse ano foram 56 horas de programação) e a prefeitura deve continuar investindo. Dessa vez houve maior divulgação e, pelo menos na Praça XV, mais público. Vamos esperar a próxima edição.
(fotos: Fred Mendelski)
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