Qual a nossa responsabilidade pelas atitudes dos outros? Até que ponto podemos ser culpados pelo que deixamos de fazer? Qual a importância do diálogo dentro de casa? Será que o silêncio é resposta mesmo para tudo? Quanto da situação que estamos hoje se deve ao fato de termos fugido do confronto direto com nossos pais e irmãos? Será que realmente entendemos todas as ações ou concluímos e deduzimos muitas coisas erradas das atitudes dos outros? Será que inventamos nossas próprias verdades em vez de tentar conversar com os outros? O medo do conflito pode ser traiçoeiro. Essas são algumas das questões que podemos levantar ao longo do filme. Como todo drama, mesmo sendo uma realidade longe da nossa, ele perpassa por temas que todos nós vivemos no dia a dia.
Clover (Ellie Kendrick) volta para a fazenda de seu pai após ser avisada da morte de seu irmão. Chegando lá ela descobre que seu pai Aubrey (David Troughton) está quase falido. Depois de uma grande enchente a casa ficou avariada e ele e o irmão não tinham dinheiro para recuperar a fazenda. Ela, distante, não sabia da dura realidade que eles enfrentavam. Aos poucos, conversando com amigos e vizinhos, ela descobre que a morte de Harry não foi um acidente, mas sim suicídio. Ela começa então a querer entender as motivações para o irmão ter feito isso e, mexendo com o passado, acaba trazendo à tona questões pessoais dela própria e de seu pai. Conflitos antigos são revividos e a busca por um convívio mais agradável entre os dois parece difícil. A dor parece ter transformado os dois ao longo do tempo. E muito do sofrimento que eles alimentam também podem ter influenciado na trágica morte de Harry.
O argumento é ótimo, as atuações idem, mas o filme se arrasta em vários momentos, com tomadas longas da fazenda e seus arredores, numa tentativa frustrada do diretor de aumentar a carga dramática da obra. Em vez disso, o filme poderia ter mais diálogos ou até mesmo monólogos, até mesmo para ligar alguns pontos que acabaram ficando desconexos. Alguns closes da câmera dão a entender que objetos e lugares possuem alguma relevância para o desfecho, mas depois vemos que não, eram apenas recursos para esticar as cenas mesmo. Em vez de um longa-metragem, poderia ser um curta, se restringindo apenas à mensagem central que traz. Acabei classificando com nota 6 no IMDB.
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