Lançado apenas em plataformas digitais aqui no Brasil, “The Vessel” (título original) é um filme porto-riquenho com uma carga metafórica absurda. Daqueles filmes que nos fazem refletir sobre nossa vida, o que somos e quais nossos sonhos, planos e objetivos. Será que Deus é justo e bom? Será que Deus realmente existe? O que nos move? Quais nossas esperanças? Quais nossos medos e por que muitas vezes estagnamos em nossa vida? Muito lindo, mas em alguns momentos um tanto monótono (talvez propositadamente para nos forçar a reflexão).
Um pequeno vilarejo fora atingido dez anos antes do momento atual por um forte tsunami, que destruiu a única escola e matou todas as crianças. Para alguns, um castigo de Deus, para outros uma prova de que Deus não existe. Mas para todos, um grande trauma que não foi superado. Os casais não mais tiveram filhos. A vila toda parece querer desaparecer. Os poucos jovens já abandonaram a pequena cidade procurando uma vida melhor em outros locais. Padre Douglas (Martin Sheen) tem dificuldades para manter o povo em sua Igreja. As mulheres, desde então só se vestem de negro, exceto Fidelia (Jacqueline Duprey) que usa vestidos coloridos. Porém ela não fala com ninguém, vive isolada do mundo sofrendo pela perda de um de seus filhos. E Leo (Lucas Quintana), o filho sobrevivente parece ser ignorado por ela. No meio dessa falta de esperança, Leo surge como um grande mensageiro. Depois de cair no mar com um amigo e dado como morto, ele acorda antes do velório e surpreende a todos. Ele resolve então construir uma escultura no local onde funcionava a escola. Isso ultraja alguns moradores mas traz esperanças a outros. A fé no rapaz desperta Soraya (Aris Mejias), uma mãe viúva que mora sozinha depois de ter perdido seus filhos no trágico tsunami. Ela procura Leo e pede para usar vestidos coloridos de sua mãe. Assim, aos poucos, parece que a vila vai retomando a vontade de viver, até que algumas ações de Leo e também sobre a escultura que ele fizera criam uma divisão entre a população.
Adorei o filme, com toda a poesia, poucos diálogos e muito sofrimento e esperança que brotam de forma linda nos olhares e gestos bem dirigidos por Julio Quintana. O tipo de filme que fica para sempre na memória e com certeza nos ajuda na nossa busca pelas respostas desconhecidas do universo.
Dei nota 8 no site do IMDB.
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