Um acidente é algo que realmente transforma as vidas das pessoas. Esse retrato dos dois homens que protagonizam essa obra é entristecedor, pois vemos que é difícil mesmo nos mantermos em equilíbrio e paz quando uma tragédia acontece conosco. Por mais que busquemos conforto e auxílio em terapia, amigos, família e até medicação, o peso dos conflitos internos que vivemos podem destruir nossa vida. Somos seres frágeis, que apenas com muita dificuldade conseguimos superar (isso quando conseguimos) fardos pesados. Já tinha achado o filme extremamente forte e quando soube que se baseava numa história verídica, deu um nó no estômago. Um filme que fala de culpa, remorso e ressentimento, transbordando para o sentimento de vingança mascarado em justiça.
Com estreia prevista para final de Julho, “Aftermath” (título original), traz Arnold Schwarzenegger como um homem que perde a mulher e filha grávida num desastre aéreo. Ao chegar no aeroporto para receber as duas de volta a sua cidade, ele é notificado por uma assistente pessoal sobre a tragédia. Baseado num acidente ocorrido em 2002 na Alemanha, em que duas aeronaves colidiram em pleno voo, os personagens não apenas são inspirados nos envolvidos na história real, mas os principais fatos apresentados no filme também aconteceram.
Transtornado e sem sentido para sua vida, Roman (Arnold) busca não apenas encontrar o culpado pelo acidente, mas principalmente um pedido de desculpas da companhia aérea ou de quem teve parcela de culpa no acidente. Um drama denso, contado não apenas do ponto de vista dele, mas também do controlador de vôo Jake, interpretado por Scoot McNairy. Jake estava na cabine de controle na hora do acidente. Se estivesse mais atento aos radares, poderia ter evitado a colisão, mas estava sozinho e fazendo outras atividades. Quando percebeu, já era tarde demais. Ele também entra em crise e, mesmo sendo inocentado pela investigação, é convidado pela empresa aérea a se mudar de cidade, abandonando a esposa Christina (Maggie Grace) e seu filho pequeno, para trabalhar num serviço mais burocrático. O filme alterna então entre o drama do viúvo e o do homem que não suporta viver com sua culpa, até o clímax final.
Gostei muito e vi um Arnold Schwarzenegger bem maduro numa ótima interpretação. Scoot também dá show com a melancolia de seu personagem. Impossível não ficarmos incomodados diante de tanta angústia dos dois. Recomendo muito. Dei nota 8 no IMDB.
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