Segredos e Mentiras - 1996 (filme)

Com 5 indicações ao Oscar de 1997, entre elas melhor filme, roteiro original, atriz e atriz coadjuvante, esse filme é lindo. Um retrato de famílias e seus dramas. Coloco no plural, pois embora seja focado numa família específica, mostra as relações de núcleos familiares distintos dentro de uma mesma família principal. O clímax do filme, quando todas as personagens se encontram para a celebração do aniversário de um deles é sensacional, com diálogos fortes e atores que se entregam de alma aos personagens.

Hortense (Marianne Jean-Baptiste), médica oftalmologista negra bem sucedida resolve procurar sua mãe biológica após a morte de sua mãe de criação. Sua primeira surpresa é descobrir que a mãe era branca. Cynthia (Brenda Blethyn) nunca comentara com sua filha mais nova, Roxanne (Claire Rushbrook) sobre a existência de uma filha bastarda e, ao ser contactada por Hortense, entra em crise. Ao mesmo tempo que a filha pode lhe trazer um novo sentido à vida, ela não quer remoer doloroso passado. Enquanto isso, Maurice (Timothy Spall), seu irmão, casado com Monica (Phyllis Logan) leva uma vida modesta, como fotógrafo e sem filhos, tratando Roxanne quase como uma filha. Cada personagem tem seus segredos e vive alguma mentiras. Roxanne e Cynthia quase não se falam embora vivam na mesma casa. O mesmo acontece com Monica que trabalha decorando sua casa com pinturas feitas por ela enquanto Maurice tenta animar seus clientes para as fotos que faz.

O filme é um choque de realidade, pois quanto de nós não vivemos assim, empurrando nossas sombras e mostrando uma falsa normalidade em nossas vidas sustentando algumas mentiras apenas para sobrevivermos a esse mundo de tantas dificuldades?

Mas, como toda mentira uma hora precisa ser esclarecida e as diferenças resolvidas, num determinado momento os conflitos vêm à tona e a verdade incomoda. Com interpretações magnificas de atores que eu não conhecia, fiquei vidrado e, m alguns momentos, precisei voltar a cena para poder apreciar cada reação e cada palavra dita. Nossa! Muito bom!

Recomendo demais esse drama que já tem mais de 20 anos e soa ainda muito atual.

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