Filme daqueles de dar nó nos neurônios mais distraídos. O filme trata de viagens no tempo e da responsabilidade que um agente viajante tem sobre deter grandes desastres e tragédias. Uma frase marca bastante o filme e se repete por várias ocasiões (aliás, é a primeira fala do filme): “What if I could put him in front of you? The man that ruined your life. If I could guarantee that you'd get away with it, would you kill him?”, Algo como: “E se eu pudesse colocá-lo na sua frente? O homem que destruiu a sua vida. E se eu te assegurasse que você iria se safar disso, você o mataria?”. Essa frase ressoa por várias no filme e traz um clima bem tenso.
Ethan Hawke interpreta um agente que viaja no tempo para impedir grandes tragédias. Numa dessas incursões, ele acaba se ferindo ao tentar desativar uma bomba e tem seu rosto deformado. Quando já está em outra missão, trabalhando como um bartender, um homem (Sarah Snook) entra no bar e começa a lhe contar sua história de vida. Com o desenrolar da história desse desconhecido, o filme alterna entre momentos no passado, futuro e presente, mostrando a vida de Jane e de John Doe simultaneamente. As idas e vindas do tempo e as viagens feitas pelos personagens (em memória ou viagens temporais efetivas) vão mostrando que nem tudo é como aparenta ser e que o que nos move nesse mundo são as nossas percepções, virtudes e desejos.
As viagens ao passado para tentar corrigir o futuro nada mais são do que mero coadjuvante para uma viagem interior dos protagonistas em conhecerem sua própria verdade. A memória é um elemento que nos engana e nos trai. Lembramos apenas daquilo que queremos e muitas coisas de nosso passado, fundamentais para nosso autoconhecimento, são apagadas para nos proteger ou enganar. Muito interessante esse thriller psicológico, embora alguns dos mistérios eu tenha desvendado em poucos minutos (as vezes eu me irrito comigo mesmo, pois antecipar o que ainda não aconteceu na tela faz com que parte do filme perca a graça).
De qualquer forma, achei o filme muito bom, daqueles que nos faz pensar. E se nós pudéssemos voltar ao nosso passado? O que faríamos? E se pudéssemos conversar com o nosso “eu” mais velho (ou mais novo), que conselhos daríamos? O que mudaríamos? Muita viagem... Muito bom!
Vale conferir. Não sei se tem no netflix, mas consegui ver na internet mesmo.
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