Rubem Alves, falecido em 2014, nos trouxe nessa coletânea, de 2010, textos que retratam um pouco sua biografia além de memórias de infância. Ao volume deu o nome “Se eu pudesse viver minha vida novamente...” O livro mistura um pouco de teologia (um dos pontos fortes do psicanalista) e muitas, mas muitas angústias. Ele mostra o quão importante é vivermos os momentos e nos deixar levar por eles, sem quebrar o encanto com questionamentos em demasia e com a racionalização. Ele compara a inocência da criança com a felicidade. São mais felizes aqueles que têm sonhos e simplesmente aceitam os fatos, além de acreditar sem questionar.
Por esse motivo, é um bom livro, embora muitas das minhas convicções religiosas divirjam do que ele acredita e afirma. Mas encarei isso de forma positiva. Como ele tem argumentos, é muito bom poder me questionar sobre minha fé. Ele não é ofensivo e nem diminui o que os outros pensam. Apenas afirma o que crê e traz seus argumentos. Muito inteligente. Um texto leve, num livro dividio entre duas partes: a infância e a saudade da infância. Mas não espere um livro de auto ajuda ou que te explique se ele mudaria algo em sua vida se pudesse vive-la novamente.
É suficiente o questionamento que ele traz, nos fazendo refletir sobre nossas vidas. Independente de sua idade, com certeza você já viveu pelo menos a infância e tem suas recordações dessa época. E elas são realimentadas quando lemos as lembranças dele (num tempo bem diferente do que vivi a minha).
Vale a pena a leitura desse livro de poucas páginas e com letras grandes. Tipo de leitura agradável e que nos ajuda a aumentar a quantidade de livros lidos no ano (sim, me chame de paranoico, mas eu fico controlando isso, para ver se estou lendo o suficiente. Só não compartilho aqui a meta mensal e/ou anual).
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