Continuação do filme “Yossi & Jagger” de 2002, “Yossi” mostra o protagonista do primeiro filme, agora com 34 anos, médico cardiologista formado, em sua vida cotidiana, entre plantões no hospital, noites sozinhos vendo TV e sites de pornografia ou buscando sexo casual em chats online, pois ainda não assumira sua homossexualidade e vive de forma reclusa. Yossi (Ohad Knoller) não superou a perda de seu amor na época em que serviram juntos ao exército de Israel na fronteira com o Líbano. Leva uma vida triste, sedentária, sem nenhuma motivação. Até que um dia aparece no hospital, para fazer exames, Varda (Orly Silbersatz Banai), a mãe de Jagger. Ele a reconhece de longe e pede para substituir o médico que faria seus exames. Ela quase o reconhece, mas não se lembra onde o vira antes. Ele finge que não a conhece e conversa com ela, para saber um pouco mais sobre a vida que seu namorado tinha com a família.
O filme segue então mostrando como Yossi pode fechar a porta daquele relacionamento que não pode assumir no passado e somente assim permitir que novas oportunidades de amor apareçam em sua vida. Mesmo sendo uma pessoa deprimida e introspectiva, a vida lhe dá uma nova chance, quando ele encontra um grupo de jovens militares que estão indo passar uns dias em Eilat (balneário turístico no sul de Israel). Os rapazes perderam o ônibus numa parada e Yossi lhes oferece carona. Então conhece Tom (Oz Zehavi), que com seus trejeitos e animação, lembram muito Jagger. Mas será que ele terá forças para superar os traumas da perda do passado e conhecer esse novo rapaz?
Mais uma vez, como no primeiro filme, o filme todo anda em ritmo lento, construindo-se as condições para o final, dessa vez menos surpreendente que o primeiro, mas com uma mensagem muito boa. Achei esse filme muito mais denso que o primeiro, com uma mensagem belíssima sobre superação, permitir-se e tornar-se protagonista de sua vida. Se analisarmos o filme como uma grande metáfora, temo o Yossi como muitos de nossos amigos, ou até a nós mesmos. Pessoas que desistiram de viver, perderam a motivação por se manterem presas a um passado que não existe mais. Pessoas que tem medo de se olhar no espelho e tomar as rédeas de sua vida.
Muito bom, vale conferir (mas apenas depois de assistir ao primeiro filme).
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