O músico Hamilton de Holanda, conhecido por seu bandolim e pelas participações e parcerias com grandes nomes do samba, como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Mariene de Castro e tantos outros, além do “Baile do Almeidinha”, fez sua participação essa semana no projeto Inusitado produzido por André Midani. Dessa vez, o inusitado foi ver Hamilton despido de seu bandolim, tocando apenas um bouzouki, violão, violão tenor (5 cordas) e um cavaquinho e ainda se arriscando a cantar. Eu, particularmente, nunca tinha visto. E foi bom...
Percebia-se o seu nervosismo por estar ali, no meio do palco do teatro de câmara da Cidade das Artes, sozinho. Ele ria timidamente, contava causos de como conheceu cada um dos instrumentos que tocou e falava também de sua relação com a música, desde o choro, polca, maxixe até as serestas e como tudo faz parte de sua vida desde a infância. Ele apresentou músicas suas, como “Desejo de Mulher” (parceria com Zélia Duncan), “Até a Volta” (parceria com Diogo Nogueira e Marcos Portinari), “Tá”, “Guerra e Paz 2”, “Afro Samba Tenor” e a inédita “Eu e a Lua”, composta especificamente para esse show. Além dessas, também teve “Rosa” de Pixinguinha, “Violão”, de Sueli Costa e Paulo César Pinheiro, “La Vie en Rose” (Edith Piaf/Louis Guglielmi), “Arrasta Pé” (Waldir Azevedo”, “Tema dos Trapalhões (José Meneses) e “Além do Horizonte” (Roberto Carlos).
Mais uma vez, como tenho repetido aqui em vários posts, vi um teatro vazio. Tudo bem que dessa vez era um show pago (R$ 30 a meia entrada e R$ 60 a inteira), mas apenas a parte inferior do teatro estava ocupada na noite de terça, quando eu estive lá. O público realmente não valoriza a música boa, consumindo apenas o que é enlatado, empurrado pela grande mídia. Hamilton é talentosíssimo e muito disputado por vários artistas em suas apresentações e gravações, mas por ser apenas um músico, fica relegado e com pouco público em suas apresentações solo.
O próximo show do projeto Inusitado é com Martinho da Vila, na primeira semana de Outubro. Estarei lá, de novo, com certeza. E viva a nossa música brasileira.
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