Assistindo agora ao final da Meia Maratona do Rio, lembrei de Junho de 2007, quando corri a minha primeira maratona, aqui mesmo no Rio de Janeiro. Vasculhei a internet e achei meu depoimento da época, que foi noticiado no blog "Pulso" do Jornal O GLOBO (Clique aqui para ver o original).
"Meu objetivo era terminar a prova entre 4h10m e 4h15m. Queria impor um
ritmo (pace) de 6min/km. Comecei bem, e mantive um ótimo ritmo até o km
30. Fechei esse percurso em 2h56min. Estava me sentindo bem e continuei
com o mesmo ritmo. Já no final do km 36 senti uma fisgada. Cãimbra na
panturrilha direita. Comecei a andar um pouco até a dor passar. E
passou! Continuei alternando corrida e caminhada até o km 39. Nesse
ponto, quase parei de tão intensa que era a dor, agora já nas duas
panturrilhas. Eis que passa uma alma (cujo nome não me lembro) e me
estimula, dizendo:"corre comigo". E fui lá acompanhando a menina. Ela,
no alto de sua quinta maratona e eu, na minha primeira. Eu, muito triste
pois tinha visto minha meta de 6min/km ser totalmente destruída.
Dali a pouco quem parou foi ela. Ela pediu para eu seguir que logo me
alcançaria. Foi então que encontrei um treinador da minha equipe de
corrida (ele estava vindo no sentido contrário para encontrar seus
alunos). Me deu uma força e segui adiante. Mas no km 40 nova dor
insuportável me fez parar e alongar um pouco. Retomei a corrida e
reencontrei a"anjinha". Ela já estava agora acompanhando mais dois
corredores. Ficamos um tempo correndo juntos até que a dor se tornou
insuportável. Cheguei a sentar na grama do aterro e chorei... Chorei de
dor e porque tinha certeza que não ia conseguir terminar a prova. Fiquei
ali sentado por quase um minuto (que parece uma eternidade nessas
horas). Mas levantei e decidi terminar a prova andando.
Andava e corria, andava e andava. Passei do km 41 com aquele
pensamento 'não vou aguentar, vou cair...'. Eis que surge então na minha
frente o Herick, meu treinador. Ele veio com aquele papo:
- Tá todo mundo te esperando ali na frente. Você tem que passar correndo, não pode ir andando...
Então, os últimos 400m corri. Corri com muita vontade, ouvindo as
palmas e gritos de toda a galera. E eu urrava de dor, com as pernas
arqueadas, quase caindo, mas corri. Quase na chegada, ainda recebi um
gatorade da Patee, amiga minha, que estava ali torcendo por mim. Cruzei a
linha de chegada e chorei.... Chorei de dor, chorei por ter fechado a
prova em 4h24min, acima do tempo desejado, mas chorei principalmente por
causa de um sentimento que nunca tinha sentido: a superação, o 'eu
consegui!'.
Que vitória espetacular!!!! E que venha o próximo desafio..."
E veio! O desafio seguinte foi a Maratona Di Roma, no ano seguinte. Hoje em dia, estou bem sedentário e acho que não consigo correr nem até a padaria da esquina.
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