Getúlio (filme)

Tony Ramos interpreta o personagem título dessa obra, que traz um pouco de nossa história recente para os cinemas. Getúlio Vargas, presidente que se matou com um tiro no peito no Palácio do Catete, depois de uma sucessão de escândalos envolvendo seu nome e de sua família no atentado ao jornalista Carlos Frederico Lacerda (Alexandre Borges). O filme discorre sobre o período de 19 dias que vai desde o atentado até a morte do grande estadista, passando pelas investigações que apontam Gregório Fortunato (Thiago Justino), chefe da guarda pessoal do Presidente, como o autor do atentado.

Baseado em arquivos de época e rodado 80% nas locações originais, com uma produção impecável (figurinos, cenografia etc), o filme é história pura. Sim, há  alguns erros e licenças poéticas também, mas que vale a pena ser visto por toda a família. Num pais como o nosso em que o ensino da História nas escolas se reduz a datas e eventos pontuais, é muito bom ver que há espaço no cinema para esse tipo de obra. Me lembro também de Olga (que narrava a vida da mulher de Prestes).

Destaco especialmente a caracterização do personagem título. Tony Ramos ficou perfeito como Getúlio, na forma de andar, postura e corpo,. Eram mais de duas horas por dia antes das gravações para a caracterização. Mas o trabalho de ator também foi sensacional. Ele trouxe uma humanidade e realidade para o personagem que acabamos sentido a angústia que rodeava a cabeça do ditador. Drica Morais também está ótima como Alzira Vargas, filha e principal assistente do presidente.

Outro ponto interessante é o desfile de outras personagens históricas que acabaram mais conhecidas em outro momento, como Tancredo Neves (o presidente eleito que nunca chegou a assumir o cargo), o Deputado Afonso Arinos, os militares General Tavares, Almirante Reinaldo Guilhobel entre outros...

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