Colheita - Mariene de Castro (show)

A baiana que já mora no Rio há quase 2 anos fez show de lançamento de seu 5º CD no último sábado no Vivo Rio. O show contou com as participações de Beth Carvalho e Hamilton de Holanda. No CD, além deles há também Zeca pagodinho, Maria Bethânia (na faixa “A Força Que Vem da Raiz”), Jaques Morelenbaum e bateria da Portela.

Depois do grande sucesso de seu ultimo CD/DVD “Ser de Luz” cujo repertório era dedicado à Clara nunes, esse novo trabalho é ainda melhor, com alguns sambas já conhecidos e inéditas. Entre as inéditas, está a canção título do álbum (que foi um presente de seu padrinho Zeca Pagodinho, que abriu mão de gravar a música de Rildo Hora e Nelson Rufino para deixar para Mariene) e "Tirilê" (que já está tocando nas rádios). Entre as releituras de grandes sambas, estão “Nós Dois” (de Cartola, dedicado a D. Zica), que ela apresentou acompanhada de Hamilton de Holanda, “Balancê” (lançada apenas em Portugal, mas inédita no Brasil) e “O Que é o Amor” (de Arlindo Cruz) e “Samba da Benção” (de Baden Powell e Vinicius de Moraes). Essa canção foi apresentada com a participação especial de Beth Carvalho, que foi ovacionada pelo público quando apareceu atrás de um painel suspenso posicionado atrás de Mariene.

“Oxóssi” é a musica que abre o show, já arrepiando a plateia. Ao longo do show, além das músicas do novo trabalho, estão também algumas que ela não pode deixar de cantar. Uma delas, “Cordeiro de Nanã” conta com a participação de um bailarino que entra no palco com uma guarda-sol passando por traz de Mariene e depois se ajoelhando para receber a chuva dourada que a cantora derrama sobre ele, num dos momentos mais arrepiantes do show (veja foto). Outro clássico é “Amuleto de Sorte”, que conta com o coro de toda a plateia que lotava o Vivo Rio. O publico também aplaudiu demais as performances de “A Deusa dos Orixás” e “Falsa Baiana”. Depois de uma hora e meia, o show terminou com “Aquarela a Amazônia”, um samba bem animado, que no CD conta com a participação da bateria da Portela. Depois dessa canção, Mariene ainda voltou para um bis, com um lindo vestido branco. Ela usou três figurinos diferentes. O primeiro, rosa, foi o trocado após a participação de Beth Carvalho e o segundo ela trocou apenas na saída para o bis. Os três modelos são simples, mas causam um belo efeito com as saias esvoaçantes e pelo contraste com os cenários e a iluminação.

Aliás, iluminação e cenários trouxeram muita cor para o show. Os painéis coloridos de Gringo Cardia  que se alternavam em cena e o jogo de luzes davam a cada música um tom diferente, indo do verde para o vermelho e depois azul, amarelo, numa escala de cores vivas que destacavam ainda mais a presença e voz da cantora.

Um show imperdível para todos os gostos, pois como já disse aqui em outros posts, não há voz que se compare à de Mariene nessa geração, que me desculpem as demais cantoras...