Filme que levou o Oscar de filme estrangeiro esse ano e ainda foi indicado a melhor filme, roteiro original e atriz (uma injustiça Emanuelle Riva não ter levado), AMOR (titulo em português) é arrebatador. Difícil pra mim falar de uma obra que se mistura tanto com a realidade de quem está aqui escrevendo. O filme retrata com tanta realidade que dói a quem vive situação similar. E toda a ação se passa num único cenário, a casa do casal. Além dos dois em cena, apenas poucas intervenções de outras personagens, como a filha e o genro, um ex-aluno, o zelador e sua esposa e as enfermeiras.
Anne (Emanuelle Riva) e seu marido Georges (Jean-Louis Trintignant) são apaixonados por música e ela é professora de música clássica aposentada. Levam uma vida normal até que ela tem um AVC (acidente vascular cerebral) e tem o lado direito de seu corpo paralisado. O homem a leva para casa e cuida dela. Ajuda no banho, a coloca na cadeira de rodas, faz exercício de fisioterapia, tenta ajudá-la a dar alguns passos... Mas o quadro vai piorando, com outras pequenas isquemias piorando a situação de já abatida senhora. Incompreendido pela filha que preferia ver a mão num asilo, ele acaba contratando enfermeiras para auxiliá-lo, mas não desiste dela. Em nenhum momento. Tudo o que faz é por amor.
Impossível não se emocionar com a dedicação e amor que o marido devota a esposa. Me emocionei especialmente na cena em que ela se recusa a se alimentar e ele tem que tomar uma atitude mais drástica, arrependendo-se em seguida. Confesso que já vivi situações com minha mãe, também acamada após um derrame, muito parecidas com essa e que compreendi cada ato desse marido.
No final do filme, fiquei em choque. Medo de ver isso acontecer também na minha família. Difícil falar de um filme que se aproxima tanto de nossa vida. Impossível não chorar...
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