Intocáveis (filme)

Uma história de amor entre dois homens. Não, não se trata de um filme GLS, mas de uma belíssima amizade que surge onde menos se espera. Um filme tocante, emocionante, que consegue dar leveza a dois temas complicados: as limitações de um paraplégico e a condição social de um negro africano que vive nos guetos da periferia parisiense. Embora o tema pareça de um grande drama, o filme é uma comédia, com a gente rindo até mesmo de situações um pouco constrangedoras e que poderiam ser consideradas tristes.

Philippe (François Cluzet) é um milionário que está condenado a passar a vida numa cadeira de rodas após um acidente. Sua rotina diária exige cuidados especiais e monitoração 24h por dia. Ninguém consegue ficar no serviço por mais de algumas semanas, pois é uma situação muito triste ter que fazer de tudo por uma pessoa que não move um músculo sequer da linha do pescoço para baixo. Eis que surge Driss (Omar Sy), jovem negro recém saído da prisão por furto, sem a menor vontade de trabalhar, interessado apenas no seguro desemprego, cuja obtenção depende da assinatura de 3 possíveis empregadores dispensando-o. Ao tentar a assinatura de Philippe, ele acaba sendo contratado para uma experiência de 2 semanas. Esse tempo é suficiente para criar uma situação inusitada. Apesar das diferenças sociais que vão desde o financeiro até o gosto artístico, os dois se enfrentam e acabam descobrindo que o conflito é o que os move, que os completam. Então, nasce uma belíssima amizade e o filme mostra diversas situações por eles vividas.

O filme é baseado em fatos reais, o que o torna ainda mais comovente. Saí do cinema com aquela sensação de que não há problema que não possa ser superado, desde que haja amor.

Vale a pena conferir. Mas corre, pois já deve estar saindo de cartaz.

Observações e curiosidades:
1) Pra mim, é fortíssimo candidato ao Oscar de Filme Estrangeiro e Melhor Ator (para Omar Sy).
2) A cena inicial do filme, com eles sendo perseguidos pela polícia por conta da alta velocidade já aconteceu na minha família. Em vez de usar a desculpa de um paraplégico tendo AVC, disseram que a criança estava passando mal (e um forte beliscão lhe foi dado para que ela abrisse o berreiro) para convencer a polícia a liberar o veículo. rs.

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