As Esganadas (livro)

Jô Soares faz, nesse romance, uma nova incursão ao Rio antigo, dessa vez, na época getulista do entreguerras. Ele retrata o centro histórico, a vida social e artística da época e até mesmo traz alguns personagens reais para dentro de seu enredo, em participações fictícias. Esse é o único atrativo da história.
 
O enredo trata de um serial killer de gordinhas. Caronte, dono da maior funerária da América Latina então, sofre de traumas causados por sua falecida mãe obesa. Então ele escolhe suas vitimas nas ruas do centro da cidade a partir das lembranças que elas lhe trazem de sua mãe. As obesas são atraídas por ele através de doces portugueses que ele prepara e exibe para elas. A cada vitima, ele cumpre um ritual de assassinato, fazendo-as comer mais do que suportam até se asfixiarem com a comida ingerida. Ele então faz uma lavagem e insere comida dentro das vísceras das moças, e depois deixa os corpos em locais públicos para serem descobertos. O delegado monta uma equipe de investigação e a trama vai se desenrolando com mais crimes acontecendo e nenhuma evolução por parte dos detetives. 

Apenas no final da história é que os avanços de investigação se desenrolam como num passe de magica (ou cansaço do autor em continuar criando as situações). O que sobra de detalhes divertidos, encontros casuais com celebridades e detalhes de comerciais do radio à época, falta de amarração e suspense. O livro nao prende a atenção do leitor, pois desde o inicio sabe-se quem é o assassino, seus motivos e armas. E a investigação de fato nao acontece, nao há nenhuma expectativa criada sobre o leitor.

História fraca, nao vale a leitura. Por isso levei 3 meses para ler o livro (mas acredito ter dedicado de fato menos de 8 horas de leitura).

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