Certezas e dúvidas: decisões

Toda criança é cheia de dúvidas. Passam anos perguntando o porquê de muitas coisas para seus pais, professores. Acredito que até isso tenha dado origem a uma coleção de livros denominada “Respostas aos meus porquês” que era leitura obrigatória em vários colégios. Então deduzo que as crianças não têm dúvidas, falta-lhes o conhecimento. 

Chegando à adolescência, vem a necessidade de auto-afirmação e não há espaços para dúvidas. Os adolescentes são a certeza em pessoa. E não apenas isso! Eles acham que todos estão errados. São rebeldes, querem ir contra todas as correntes dos “adultos”. Esse período culmina com a universidade ou início do trabalho. Os adolescentes então se tornam adultos. A arrogância começa a dar espaço para um novo mundo de conhecimentos e descobertas. Os relacionamentos no trabalho, as dúvidas sobre o que fazer da vida com o diploma na mão, mudar de curso no meio da faculdade, muitas dúvidas.

O adulto então passa por várias decisões: casar, ter filhos... À cada novo ímpeto, a cada nova situação, uma nova dúvida. Vivemos num mundo de incertezas. Nem mesmo temos certeza das decisões e daí vem o arrependimento. Arrependemo-nos do que fizemos e do que deixamos de fazer. E, nesse sentimento, abalados por decisões anteriores, acabamos por adiar novos conflitos e obstáculos.

Ninguém nos disse que a vida é fácil, que temos um grande livro com todas as respostas. Mas talvez essa seja a grande graça da vida: a incerteza do que vem pela frente. A certeza de que um dia chegaremos ao final dessa encarnação e nosso espírito seguirá, também tomando decisões (reencarnar ou não, quais desadios propor para a nova materialização). 

Entender que esse é o ciclo e que o aprendizado só vem ao enfrentarmos desafios nos faz pessoas mais fortes, mais determinadas. Não devemos esmorecer ao seguir caminhos "errados", afinal também não existe o "certo". Olhar pra trás, ver os erros e aprender com eles é fundamental. Tentar aprender com os outros é sábio. Mas divino mesmo é compreender que nada é definitivo, que tudo é volátil. E saber aproveitar as chances e oportunidades é o que nos faz evoluir.

Devemos sempre nos lembrar de quando éramos crianças, espíritos mais livres e menos engessados e assumir os riscos e, principalmente, perguntar... Lembrar que não estamos encarando dúvidas, mas sim, estamos com lacunas de conhecimento. E para adquirir esse conhecimento, só mesmo observando, arriscando, perseverando e contando com a juda de quem já tem mais experiência.





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