Essa noite tive um sonho que achei tão interessante que preciso aqui compartilhar com meus amigos, seguidores e leitores. Vou relatar o sonho, mas não vou traduzi-lo. Trata-se de uma grande metáfora sobre a liberdade individual. Pelo menos foi assim que o interpretei.
“Estava andando pelas ruas de uma cidade histórica. Parei quando vi o governante local fazer um discurso em frente à sede de governo. Ele falava em espanhol, tinha a fisionomia de um ditador, mas parecia adorado pelo público que o assistia na praça. No meio de seu discurso, ele olhou pra mim, disse que me conhecia e que queria conversar comigo depois, pois eu conhecia um pouco sobre liberdade e ele precisava aprender sobre ela. Ao final de seu discurso, ele, sua esposa e seus seguranças rumaram e volta para o palácio de governo e eu fui os acompanhando. Quando cheguei próximo ao pórtico de entrada, não quis subir os degraus e acompanhá-los. Ele, por sua vez, também não olhou pra trás e nem insistiu que eu o acompanhasse. Apenas sua esposa, com um olhar entristecido, olhou para mim, como quem pede ajuda. Mas não tive vontade de segui-la. Então, olhei ao redor e a praça já estava quase vazia. Dali, olhei para o céu e com um pequeno salto, descolei-me do chão e com um rápido movimentar dos braços, comecei a voar. Um voar leve, que não me exigia muito esforço.
Então, passei por sobre os muros da cidade, avistei florestas, caminhos e o mar. E fiquei por ali, vendo o mar, a areia, as ondas, até mesmo a sujeira das águas poluídas. Depois da faixa de areia, uma vegetação e uma lagoa. Ao redor dessa lagoa, uma calçada que nos permitia dar a volta completa por ela andando. Então, uma forte corrente de vento me surpreendeu e me levou para o alto, muito alto. Tão alto que tive medo. Então consegui driblar a corrente e comecei a descer, numa velocidade imensa. Me aproximei do solo, parei. Pousei. E comecei a caminhar. Fiquei muito tempo alternando entre vôos e caminhadas. Parava por sobre prédios, sacadas, árvores. Era uma cidade antiga, talvez medieval. Mas no tempo atual, pois havia carros, buzinas e todas as coisas da nossa era. Era tão bom me sentir livre, voar, sem nada que me prendesse.
Do nada (como é comum em sonhos), eu estava andando pelas ruas de uma outra cidade e ouvi dois homens conversando sobre um menino que desaparecera. Muitas pessoas haviam relatado que viam esse menino pelas ruas contando histórias de que ele era livre, que voava, que tinha conhecido outros lugares, que viaja pelo mundo. Mas ninguém nunca o tinha visto voando. Fiquei curioso e fui ter com os guardas. Eles me mostraram uma foto do menino (e eu não consigo mesmo lembrar de sua fisionomia, mais uma coisa normal dos sonhos). Eles disseram que esse menino era órfão, que não tinha ninguém na vida e que desenvolvera uma patologia. Ele achava que voava. Era uma grave doença. Toda vez que alguém o via ele contava coisas lindas de lugares que teria visitado. Era muito criativo, mas louco, pois segundo os guardas, ninguém sabe voar, ninguém tem essa habilidade. Mas eu sabia que era verdade, pois eu também podia voar. E fui acompanhando os guardas em sua busca. Até que uma hora encontrei o menino, escondido. Me afastei dos guardas e fui falar com ele. Ele ficou com medo, negou que conseguisse voar e eu disse que sim, que El podia voar. Ele continuava dizendo que não, que eu estava enganado. Então eu disse a ele que eu mesmo já tinha voado. Que ele não era louco. Então ele acreditou em mim e me disse como fazia para voar, mas que ali estava escondido com medo de voar e ser pego. Eu lhe disse para não ter medo, para alçar seus vôos, pois eu sabia o que era voar. Ele me pediu para voar e não consegui. Eu pulava, agitava os braços, mas não conseguia. Me senti mal. O que tinha acontecido? O menino me abraçou. E me disse que na verdade eu nunca tinha voado. Que todos os vôos que eu tinha feito eram vôos dele. Mas que eu estava sempre junto dele. Eu via através de seus olhos, pois meu coração e o dele eram um só. E que ele só conseguia voar por que eu o tinha ensinado a voar. Nos abraçamos novamente. Eu sabia que Ra uma despedida, que ele ia voar de novo e eu não mais o veria. Ele alçou vôo e eu chorei. Chorei por vê-lo partir e feliz por vê-lo feliz.”
Acordei com lágrimas rolando pelo meu rosto, mas me sentindo leve, como se eu tivesse voado para todos os lugares do meu sonho. Eram 6h da manhã, mas a luz do sol não entrava pela janela, pois estava com o blecaute totalmente fechado. O quarto estava iluminado pela luz do meu abajur e debaixo do meu travesseiro estava o evangelho que estou lendo aos poucos a cada noite antes de dormir. Apaguei a luz, guardei o evangelho na mesinha de cabeceira e voltei a dormir. FELIZ!
A LIBERDADE ALHEIA É MAIS IMPORTANTE QUE A NOSSA SATISFAÇÃO POR TERMOS ALGUÉM DO NOSSO LADO. DEVEMOS DEIXAR QUEM QUER QUE SEJA LIVRE PARA VOAR, CIENTES DE QUE EM CADA VOO, UM POUCO DE NÓS ESTARÁ ALI TAMBÉM. PODEMOS SER FELIZES AO LADO DE QUEM AMAMOS, MAS SE ACORRENTARMOS ESSE AMOR, ELE NÃO SERÁ FELIZ. E NÃO PODEMOS SER FELIZES ATRAVÉS DE CORRENTES QUE PRENDEM OS OUTROS. A MAIOR FELICIDADE É PROPORCIONAR A FELICIDADE DOS OUTROS.
Voe, meu pássaro, voe!
Um sonho de liberdade?Esse é o título de um dos meus filmes favoritos!Com Tim Robbins,baseado em um conto do genial Stephen King...vixe,era do teu sonho que ia falar...quando eu era criança me diziam que sonhar que estava voando era um sinal de que se estava crescendo;claro que eu só entendia isso como crescimento físico,ficando maior e mais perto de ser adulta.Hoje sei que esse crescimento significa bem mais do que ficar mais alta,é mais no plano de se chegar aonde quer...
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