A anã, na sua fuga pela floresta montada no cavalo de Leo acaba encontrando com Nath Al Meida. Ela pára, desce do cavalo e corre com seus passinhos curtos de quem tem pernas miúdas ao encontro de sua mãe. A índia não entende nada. Mikaloski a abraça, chorando.
- Mãe...
- Mãe? Como assim, mãe? Filha? Você é minha filha? Não acredito... – diz a índia também precipitando a chorar.
- Mãe, que bom te encontrar, esperei a vida toda por isso!
- Filha, minha filha, você não morreu? Mas seu pai...
- Mãe, o meu pai foi muito bom. Ele me salvou, ele não quis que eu morresse. Ele me mandou rio abaixo numa canoa. Mas me disse como eu devia fazer para encontrá-la.
- Ai, minha filha! Ai, meu Deus! Que dádiva, que milagre! Minha vida ganha novamente sentido agora! Minha filha, sempre achei que você estivesse morta, embora sentisse que estava por aqui! E seu pai nunca me contou nada. Eu o odiei por muito tempo!
- Mãe, ele sempre te amou! Por isso se afastou de tudo e de todos. Ele estava esperando essa hora!
- Mas, cadê ele?
- Não sei, precisamos encontrá-lo. Vamos, você conhece essa mata. Vai saber achá-lo. Vamos a cavalo, será mais rápido!
- Vamos, vamos! Preciso dizer a ele que ele é o homem da minha vida!
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Glaucio, Pymenta e Silvia vão atrás da delegada.
- Quitéria, precisamos conversar sobre o roubo! – começa Silvia.
- Nós sabemos quem furtou a imagem – completa Pymenta.
- Como assim? Você viram ontem do bar?
- Não, não é bem assim. Na verdade, nós fomos ludibriados e acabamos ajudando a quem roubou a estátua – disse Glaucio.
- Me expliquem essa história direito, mas por favor, um só falando. Vocês três juntos enlouquecem qualquer um. Vamos para a delegacia, lá teremos mais privacidade. Donly! Venha conosco para a delegacia – disse, quase gritando, para chamar a atenção do policial que estava coletando impressões digitais da mesa do altar onde ficava a imagem.
- ALOCKA! É pra tirar as impressões digitais ou ir pra delegacia?Eu sou uma só, tá?
- Donly, guarda esse material aí e vamos agora pra delegacia!
Os cinco saem da Igreja, a delegada pede ao padre que a mantenha fechada e seguem para a delegacia. O padre aproveita e diz:
- Delegada, já consegui falar com o Arcebispo André Gil Sangalo. Ele disse que chegará amanhã ou mais tardar depois de amanhã.
- Ótimo! Será ótimo ter uma ajuda adicional.
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Rebecca desembarca em Salvador, encontra com Vitório que a esperava na rodoviária e seguem para a casa de Tatá. Ela sobe de elevador social enquanto o coitado do Vitório carrega suas malas pela entrada de serviço. Mal ela entra na cobertura triplex da cantora, Tatá liga a TV e mostra o noticiário para Rebecca.
- Menina, olha só o que está acontecendo. Estão investigando um crime que aconteceu aqui em Salvador. Roubaram uma escultura de Botero e acho que é a tal imagem que apareceu em Brejo Fundo.
- Hein? Quem é Botero?
- Botero é um grande pintor e escultor que faz obras sempre com figuras roliças. Ele estava aqui em Salvador para presentear a cantora Ivete Sangalo. Ele fez um escultura dela, mas claro, gordinha e baixinha, mas a estátua foi roubada de seu ateliê. Olhe aí na TV, nos jornais em cima da mesa também. Há várias fotos da escultura!
- Gente, mas essas fotos são da Santa Maria Gil! Como assim, ela não é santa?
- Não é santa coisa nenhuma! Estão procurando o bandido, mas eu nem me meti ainda, pois queria ter certeza. Só vi a imagem naquela festa e nem dei muita atenção!
- Meu Deus, então essa imagem vale muito dinheiro!
- Sim, vale! Precisamos ligar para o padre e avisar.
- Mas, não vai dar! A imagem não está mais na cidade!
- Como assim?
- A imagem foi roubada essa noite! Antes de eu pegar o ônibus de manhã ouvi a confusão toda na cidade.
- Mas quem roubou?
- Não tenho a menor idéia!
- Com certeza o criminoso foi de Salvador pra lá para pegar o objeto que já havia roubado!
Nisso, Vitório chega com as malas e o baú.
- Menina, o que você está levando nesse baú? Parece chumbo! Ta carregando algum cadáver? Alguma obra de arte? Coisa pesada!
- São minhas roupas e sapatos!
- Então você só veste pedraria e calça coturnos! Pelo amor de Deus!
- Ah! Ah! Ah! – gargalha Tatá enquanto Rebecca fica desconcertada.
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Depois de ouvir o depoimento de Glaucio, Pymenta e Silvia, devidamente datilografados por Donly que reclamou por ter quebrado duas unhas enquanto digitava, Quitéria decide expedir um mandado de prisão para a anã.
- Donly, pegue esse mandado e vá atrás dela! Comece pelo circo que é lá que ela deve estar escondida!
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Depois de um dia inteiro de buscas pelas florestas, Nath Al Meida e Ju Mikaloski estão exaustas. Nath diz:
- O Oc sumiu! Já vasculhamos todos os cantos e ele não está em lugar nenhum.
- A jangada dele continua ali, onde ele sempre deixa, sinal de que ele não foi longe.
- Mas por que esse velho iria sumir?
- Será que ele tem algo a ver com o roubo da estátua?
- Que estátua?
- Ai, mãe, foi tanta correria que nem te contei. Roubaram a imagem de Santa Maria Gil. E, pior, estão achando que fui eu!
- Mas por que, minha filha!
- Mikaloski conta tudo que acontecera na noite anterior, o ataque da mulher de branco, o sumiço da estátua, mas omite um detalhe que não acha pertinente: o encontro que tivera com Vivi pelas ruas.
- Mas porque o Oc ia querer essa imagem?
- Não sei, mãe, não foi ele quem achou a Santa no rio?
- Será???
FIM DO DECIMO QUINTO CAPITULO
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