Preciosa (filme)

Um dos melhores filmes do ano, com certeza!!!!

O título não poderia ser mais acertado: “Precious” – a personagem que dá o título à história, interpretada magnificamente por Gaborney Sidibe – é negra, gorda, pobre, moradora do Harlem, com apenas 16 anos e que sofreu abusos sexuais de seu pai além de maus tratos diários de sua mãe. Apesar disso tudo, ela tem seus sonhos e espera conseguir mudar de vida seja por uma atitude sua ou com alguém a empurrando para isso, porém não consegue nem mesmo conversar ou expressar seus sentimentos. Ela é um bloco de concreto. Com uma filha com síndrome de down e grávida novamente (ambos fruto da violência sexual de seu pai), acaba sendo expulsa da escola e é inidicada para uma escola de ensino diferenciado, mais adequado à sua realidade. Ao mesmo tempo, a pensão que recebe do governo é cortada e precisa então fazer acompanhamento com uma assistente social, Mrs. Weiss (Mariah Carey). Com a ajuda da professora, Blu Rain, ela começa a conseguir externar seus sentimentos e problemas.
 
Com cenas fortíssimas de violência do lar, protagonizadas por ela e sua mãe, Mary (que deu o Oscar de atriz coadjuvante à Mo’Nique por sua interpretação visceral), o filme mostra aquilo que é a realidade de muitas meninas nos Estados Unidos. Uma história densa, com um final digno de ser aplaudido de pé, dada a dedicação das atrizes (Sidibe também foi indicada ao Oscar de Melhor atriz). Não é um filme para distrair a mente, mas sim um grande retrato dos guetos americanos. Nos faz pensar e repensar nossos valores: o que é família, o que é amor, o que é educação?
 
E muita gente aí acha que tem uma vida ruim...

Alguns destaques: Mariah Carey está irreconhecível no papel da assistente social (veja foto). O filme teve 6 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, melhor atriz, direção e edição. E levou as estatuetas de melhor atriz coadjuvante e roteiro adaptado. Merecidamente. Eu, particularmente, achei o filme melhor que “Guerra ao Terror”, mas é muito difícil a academia premiar um filme que retrata a violência americana, podendo premiar outro que vangloria seus “heróis”. Uma injustiça.

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