Nova dobradinha de Martin Scorcese (direção) e Leonardo DiCaprio (como protagonista), “Ilha do Medo” é um thriller psicológico que se passa na década de 50. Teddy Daniels (DiCaprio) é um agente do FBI e foi enviado para uma ilha que serve de manicômio de presidiários quando uma paciente, Rachel, desaparece de seu quarto no meio da noite e sem deixar vestígios. Ele e seu parceiro procuram por pistas para saber o que aconteceu, mas o médico responsável Dr. Cawley (o excelente Ben Kingsley) não permite acesso a algumas fichas de pacientes e funcionários. Durante um temporal que assola a ilha, o próprio Daniels começa a ser assombrado por lembranças de sua participação na II Guerra Mundial e também da morte de sua esposa. Num labirinto onde se mesclam realidade e ilusão, o agente tenta encontrar pistas e acaba se envolvendo cada vez mais até chegar ao ponto que ele mesmo perde a sanidade.
O filme é muito bom e tem enredo que prende a atenção até o final, mesmo com sua longa duração (148min). Só achei estranho que as cenas possuam graves erros de continuidade, como falha no posicionamento dos atores quando uma cena é tomada por dois ângulos distintos e também os painéis ara representar o mar (quando os agentes estão chegando à ilha) e também as passagens em que estão dentro dos carros (a paisagem possui iluminação bem diferente daquela sobre os atores). Não sei se os erros são propositais para aumentar ainda mais a tensão ou se foi realmente falha de edição, mas em muitos momentos acabei distraindo minha atenção por conta disso. A trilha sonora também não é das melhores, pois num thriller a música tem papel fundamental para aumentar o suspense e achei que faltou um ritmo mais pesado. Mas nada que comprometa MUITO a qualidade do filme.
Uma curiosidade é que novamente a lobotomia frontal volta a ser discutida como uma possibilidade de tratamento de pessoas com desequilíbrio mental. Acho que existe uma verdadeira fixação dos americanos pelo tema pois sempre que se faz um bem thriller psicológico esse assunto é abordado. Lembro de filmes como “Laranja Mecânica”, “Um Estranho no Ninho”, “Hannibal”, “Do Inferno” e muitos outros que já haviam tocado nesse assunto.
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