A Gaiola das Loucas (peça)

Em cartaz desde semana passada no Teatro Oi Casa Grande, “A Gaiola das Loucas” é mais um dos musicais que desde há alguns anos reapareceram nos teatros brasileiros. Protagonizada por Miguel Falabella (Jorge) e Diogo Villela (Zazá), a peça é fiel ao texto original e traz um grande elenco de dançarinos e cantores, além de orquestra. A megaprodução, com cenários bem elaborados e iluminação caprichada, conta a história de um casal de homossexuais que é dono de um cabaret, a Gaiola das Loucas, onde Zazá é a estrela principal em shows diários. Inesperadamente, o filho de Jorge chega para uma visita e anuncia que vai se casar com Anne, filha de um deputado que combate o homossexualismo na riviera francesa. E os sogros vêm conhecer sua família. Ele diz que convidou também sua mãe para o evento e pede ao pai que se comporte de maneira mais “masculina” ao lado dela, além de pedir que Zazá não esteja presente ao jantar. Está armada a confusão.
 
Miguel Falabella mais uma vez faz o papel de... Miguel Falabella. Como ator ele é um grande entertainer. Faz sempre o mesmo personagem, mas mesmo assim arranca risos da platéia. E ele é bom nisso! Dessa vez, ainda ataca de cantor. Mas nem ele e nem Diogo Vilella são cantores, isso fica claro nos números musicais, muito embora eu tenha que reconhecer o esforço e domínio de técnicas de ambos. Quem dá show cantando é Sylvia Massari, essa sim uma cantora atriz de tirar o fôlego com seus agudos. Diogo Vilela está hilário na pele de Zazá, principalmente quando resolve eliminar a feminilidade de sua personagem, quando resolve se passar pelo tio “Al”. Para completar, os bailarinos dão um show à parte em cada coreografia apresentada. Até mesmo performances aéreas (com cordas e arcos) fazem parte do espetáculo.

A peça só fica um pouco arrastada, como todo musical, nos momentos de canções lentas que fazem parte do enredo, contando parte da história. Isso é o ponto fraco de qualquer musical. E, se não fossem tais cenas, talvez o espetáculo ficasse mais dinâmico e fosse mais curto (são duas horas e meia de apresentação, incluindo o intervalo de 15 minutos entre os dois atos). Mas, de forma geral, é um grande musical. Um verdadeiro espetáculo que vale a pena conferir!


PS: Você deve ter notado que escrevi Vilela, Villela e Vilella. Foi proposital, pois não sei mesmo quantos L’s tem no nome dele e fiquei com preguiça de “jogar no Google”.

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