B. B. King (show)

Ontem o público carioca teve a oportunidade de ver o novo show do B. B. King em apresentação única no Vivo Rio. Ele ainda fará outros shows no Brasil, mas nada como estar na estreia. No alto de seus 84 anos, o Rei do Blues provou que realmente boa música não tem idade. A plateia era muito diversa, com jovens de seus 20 anos até senhores e senhoras da idade do mestre. E todos cantavam em uníssono os sucessos que ele apresentou.

Com apenas 15 minutos de atraso, as cortinas se abriram e sua banda já estava a postos, quando o locutor (em off) ainda terminava de anunciar os patrocinadores. Os músicos (4 no sopro, um na bateria, outro no baixo, acompanhados também de um guitarrista e um tecladista) foram se apresentando, um a um, mostrando que não só o mestre é um excelente músico, mas todos ali! Depois da introdução, Riley Ben King entrou no palco andando com o apoio de dois seguranças. Sentou-se no centro do palco, pegou sua Lucille no colo e começou a dedilhar. A platéia ovacionou sua entrada de pé. Uma coisa linda e emocionante. E ele agradeceu efusivamente pelo calor com que foi recebido (veja aqui o video).
 
Então ele desfiou sucessos, fez muitas piadas, dançou (sempre sentado, diga-se de passagem), fez caretas, encenou paquera com uma moça da segunda fila e fez o que mais sabe fazer – colocou Lucille para chorar. Um show perfeito, com muita música de qualidade e muito entrosamento com o público. Aliás, surpreendeu-me o fato de todos entenderem tudo o que ele dizia, ao contrário de diversos shows onde a plateia só sabe gritar e dizer “Yes!”, as pessoas respondiam ao mestre quando inquirida. B. B. King criticou o rap americano que só denigre a imagem das mulheres e declarou que as brasileiras são as mais lindas que já conheceu. Ainda tocou “You are my sunshine” para as moças da platéia. E ainda pediu que os maridos e namorados beijassem suas amadas quando ele contasse até quatro. Como retribuição, a plateia o ensinou a contar até quatro (veja abaixo o vídeo) e, obedientemente todos beijaram suas namoradas quando o rei pediu, ao final da contagem.

 
Entre os sucessos, “Key To The Highway” que fez parte do disco “Riding with the King” que ele gravou com Eric Clapton (veja aqui o vídeo) e “Darlin you know I love you” (vídeo aqui). Ele também fez piada, com uma musica em que diz que depois dos 35 (idade que ele já ultrapassou faz tempo), o que ajuda os homens é o Dr. Viagra Cialis. Mandou ainda vários sucessos a pedido do público, como “When love comes to town” (que ele gravou com a banda U2), “Guess who” e “Rock me baby” (veja aqui o vídeo) quando cheguei a imaginar Tina Turner entrando no palco. Se isso acontecesse, eu desmaiava, juro!

Ele encerrou a apresentação com a mesma canção que encerrou seu show de 3 anos atrás na Marina da Glória: “When the saints go marching in”. Agradeceu ao publico, prometeu voltar ao Brasil se a saúde permitir, atirou palhetas para a multidão que se aglomerava na boca do palco, vestiu seu chapéu Panamá, seu sobretudo, bebeu um gole d’água erguendo um brinde e retirou-se. Retirou-se do palco, pois na minha lembrança (e na de todos que lá estavam), ele ficará eternamente!

Um show magnífico, sem nenhuma imperfeição!


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