Beijo Bandido de Ney Matogrosso (show)





Estreia desse fim de semana no Rio, Ney Matogrosso lotou o Canecão com as primeiras apresentações em solo carioca de sua turnê “Beijo Bandido”, cujo CD foi lançado no final do ano passado. Se você ainda não viu, haverá apresentações no próximo fim de semana, então corra para garantir seu ingresso.

Bem diferente da sua última turnê – Inclassificáveis – Ney aparece sem maquiagem alguma e vestindo um terno bege e gravata, um tanto ‘sóbrio’ para alguém que tem por hábito os brilhos e paetês. Ney não fez nenhuma troca de roupa, apenas tirou o paletó devido ao forte calor na casa. A iluminação é contida e o cenário é composto simplesmente por um telão com fotos de Ney que não acrescentam muito ao show e um banco onde ele senta em alguns momentos e apóia seu paletó. Um show bem simples, sem exageros e curto, com apenas 75 minutos de duração. Uma pena, pois é tão envolvente que poderíamos ficar ali apreciando por horas a fio.

Mas não é o figurino nem cenário ou iluminação que ditam o show, e sim sua magnífica voz e interpretação. Canções tão antigas que não fizeram parte nem mesmo de minha mais tenra infância, soam familiares em sua voz. Tango pra Tereza, que abre o show é algo inexplicável. Mas a platéia veio abaixo mesmo logo com a segunda música, “Fascinação” (clique aqui para ver o vídeo). Há até mesmo Herivelto Martins (“Segredo”), mas não por causa da minissérie da Globo, e sim por estar em seu CD de estúdio. Mas não só de cancioneiro antigo é feito o show. Ele arrasa com “Bicho de 7 Cabeças” (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha) e também com uma interpretação profunda de “Nada Por Mim” de Paula Toller e Herbert Vianna (veja aqui o vídeo), sem mencionar “Mulher Sem Razão” de Cazuza (um compositor que nunca pode faltar em seus shows). No bis ele voltou sem a gravata e com um colar discreto, chegando até a dar umas reboladas para delírio da mulherada (e alguns marmanjos) da platéia que gritavam e assoviavam.

Após o show ele ainda recebeu imprensa e convidados, além de seus fãs, em seu camarim. Foi a primeira vez que subi, depois de mais de assistir a suas apresentações em mais de 4 turnês distintas. Ele me recebeu e à minha mãe de forma muito simpática, mostrando que não é apenas um grande cantor, mas uma pessoa especial. E ainda fez uma piada, quando minha mãe disse que queria uma foto, pois não sabia se eles teriam a oportunidade de se ver de novo: “com certeza ainda temos muitos anos de vida pela frente e te espero nas próximas turnês.” Eu também!

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