Ana Carolina (show)

Na última sexta fui ao Citibank Hall para assistir ao show de Ana Carolina. Uma grande decepção! Sei que muito vão me criticar pela minha crítica, mas como esse espaço é meu, me dou o direito de falar o que bem entendo. Nunca fui fã dela, não tenho nenhum CD e conheço apenas as músicas que tocaram nas rádios e novelas. E, nas poucas tentativas de ouvir um CD inteiro, desisti sempre na terceira faixa. Não gosto da voz dela e nem dos gritos que ela distribui ao longo das músicas. Mas vamos ao show...


Os problemas começaram já com o (des-)respeito ao público quanto ao horário da apresentação. No ingresso constava que o show iniciaria às 22h, mas a cantora subiu ao palco com mais de 40 minutos de atraso (e sem nenhum pedido de desculpas). Mas até aí, tudo bem, pois o público carioca é mesmo atrasado e não deve nem ter reparado nisso. São poucos os artistas que mantêm esse respeito, como (Maria) Bethânia, Ney (Matogrosso) e também o Cirque du Soleil.

O show começa com a cantora suspensa num elevador, cantando atrás da cortina do palco e com muita fumaça de gelo seco. Um número bem produzido. Após essa primeira canção, as luzes se apagam, a cortina abre e Ana aparece no palco pronta para o segundo número. Ela canta músicas de seu último disco e também alguns mais antigos sucessos ao longo do show que dura pouco mais de 1h30min. Ela divide o espetáculo em blocos, sendo um deles totalmente dedicado ao samba. Esse, o único que me agradou. Ela se usa de uma esteira para deslizar para a frente da banda que fica no canto esquerdo palco e tem até um outro número que ela canta atrás de uma cortina de água. Uma produção e iluminação realmente caprichados.

O que me cansou mesmo no show foi a insistência de Ana em segurar as notas (o mesmo problema que percebia nos CDs), agudos e graves, gritando muito em praticamente todas as músicas, sem falar no seu gestual um tanto inapropriado, com ela “coçando o saco” como um homem mal educado. Ela não precisa disso, mas o público parecia gostar, pois as mulheres gritavam a cada gesto obceno dela. Cássia Eller já se fazia valer desses artifícios, mas enquanto roqueira, tudo parecia muito mais natural. Ana Carolina soa artificial demais. Não cabe esse tipo de comportamento num show de MPB.

Como disse uma amiga minha pelo Twitter enquanto eu desabafava durante o show, “Com a Ana Carolina não há meio termo. Ou você a ama, ou odeia”. Eu, definitivamente, não estou no primeiro grupo. Pelo menos saí do show com uma certeza: não preciso mais assistir a nenhuma apresentação dela. Por esse vida foi o suficiente.

(fotos: Fred Mendelski. Mais fotos, clique aqui)

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