Nesse fim de semana rolou no Canecão o show de lançamento do DVD Multishow da Vanessa da Matta. Mesclando antigos sucessos com o seu repertório do novo CD, ela fez uma apresentação curta (com pouco mais de uma hora de duração) e um tanto morna.
Vanessa começou o show com o palco todo às escuras, com um vestido coberto por minilâmpadas acesas. Algo um pouco high tech demais e que funcionaria muito melhor num show de rock, destoando da cantora e seu estilo. O cenário, talvez o único acerto da produção, era composto por algumas árvores cujas pontas continham flores que ora ficavam acesas e ora recebiam iluminação de cores variadas. Nem mesmo os holofotes sobre ela funcionavem direito, principalmente quando ela insistia nos rodopios.
Após a entrada “diferente”, as luzes se acenderam e ela apareceu com um vestido amarelo com muitos babados. Assim, a cada música mais animada elaropiava e a saia se levantava, parecendo uma Clara Nunes modernizada. Mas bem longe de ser uma diva como ela. Muito melhor vocalmente que em outras épocas – ela já não grita tanto e parece economizar nos agudos estridentes – Vanessa quase não interagia com a platéia, com poucas falas ou agradecimentos entre as músicas. Num dos momentos de “descontração” e participação do público, ela sentou-se no chão e deixou a plateia cantar “Ainda Bem”. Ela apenas balbuciou um ou dois versos da canção. Para alguns, isso era o melhor que ela poderia fazer – nos poupar de sua voz – mas para outros, um absurdo, pois pagaram para ouví-la cantar e não ao público.
Ela se comporta como se fosse uma grande estrela da MPB, mas as diversas mesas vazias mostram que ela está longe disso, ainda mais numa sexta-feira com final de novela na Rede Globo. Cantora que estourou com dois grandes sucessos seguidos, ela ainda se mantém na lista de mais tocadas graças a seleção quase frequente de músicas suas para as novelas da Globo. Mas discordo quanto ao seu talento. Há muitas outras cantoras que mereciam estar com mais destaque do que ela.
Eu já tinha assistido a um show dela ano passado e fui munido de todos os preconceitos que tinha. No final, achei o show interessante e acabei voltando para revê-la. Mas agora, depois dessa segunda impressão, tenho certeza que não volto a assistí-la ao vivo. Pelo menos não por vontade própria.
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