(por Fred Mendelski – 18/05/2009)
Nos dias de hoje é cada vez mais comum – aqui no Rio de Janeiro especialmente – o desrespeito com os horários de compromissos assumidos. É fato que quando um carioca marca um encontro com seus amigos para um happy hour, almoço ou jantar, o horário marcado é apenas um balisador de limite mínimo para se chegar ao evento. Se está marcado para as 19h, significa que antes disso nem mesmo o anfitrião estará a sua espera. É até mesmo difícil estipular uma média. Os atrasos em eventos sociais são de 30min a diversas horas. Até mesmo em casamentos – compromisso formal – o atraso já foi institucionalizado. Chato é quem chega na hora.
Os atrasos acima são até tolerados por boa parte da população. Mas quando falamos de profissionais liberais, como médicos ou advogados, por exemplo, a tolerância é menor. Estamos pagando pelo serviço ou atendimento e não queremos desperdiçar nosso tempo numa sala de espera. Mas raramente vemos alguém reclamar sobre os atrasos. Você já saiu de um consultório pois o médico não o atendeu? Desistiu de uma consulta pois o dentista estava demorando? E o que você fez? Por que é mais fácil nos irritarmos com os outros e não pensar que também fazemos o mesmo?
Quando trazemos esse costume para o âmbito empresarial, temos reuniões de trabalho que não começam no horário. Você já parou para pensar que um atraso para uma reunião traz custos adicionais para a empresa? Imagine a situação seguinte: uma reunião com 7 participantes está agendada para as 16h, com duração de 1h. Pontualmente chegam apenas o organizador da reunião e um dos convidados. Após 10 minutos chegam mais quatro participantes. O último convidado chega com 20 minutos de atraso. Esses pequenos atrasos trazem um desperdício de tempo de 40 minutos dos dois primeiros a chegar (20min de cada um) mais 40 minutos dos outros participantes (10 min para cada). Além disso, esse atraso pode trazer outras consequências, como atraso nos compromissos posteriores ou numa conclusão precipitada da discussão tornando necessário – eventualmente – outro encontro do grupo para concluir a reunião devido ao encurtamento do prazo destinado a ela.
Atrasos são realmente inevitáveis, mas nunca deveriam ser encarados como hábito ou atitude normal. Quando ocorrerem, o hábito deve ser avisar, com o máximo de antecedência possível, a quem estará o esperando. Você faz isso? Não seria bem melhor que você fosse avisado também antes de ficar numa espera interminável?
PS: O motivador dessa crônica foi o fato de eu ficar hoje pela manhã aguardando por mais de meia hora no consultório médico, sem que nenhuma satisfação fosse dada pela assistente/recepcionista. Eu era o primeiro paciente do dia, então nem mesmo a desculpa de que o paciente anterior havia atrasado ou algumas consultas tinham se alongado poderiam ser usadas. A médica simplesmente ainda não havia chegado. Na vépera, me ligaram para confirmar se eu realmente ia comparecer. Da próxima vez, quem vai ligar sou eu, perguntando se o médico estará lá atendendo.
Adorei e concordo plenamente. Sempre que estou esperando um médico imagino como ele se sentiria se eu começasse minha aula com uma hora de atraso.
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